Carreira

Ξ 5 comentários

Julgamento de valor

publicado por M.C.Sisi

No ambiente educacional, quer queira quer não, estamos aprendendo.

A conhecer o outro, a conviver com ele, a comparar, tentar entender, respeitar.  Aprendendo principalmente a conhecer a si próprio durante a convivência com o outro.  Aprendendo como criar quem queremos ser.

 

Em muitos deles, apesar do discurso geral ser o de “todo o empenho para melhorar tem surtido resultados”, o que se vê é que em muitos casos, mais do que aceitável estatisticamente falando, o que ocorre na prática é diferente.

 

Existe um forte interesse de que a grande massa permaneça apenas “obediente”.  Parcialmente consciente de seus direitos e deveres, suas obrigações.  Porém o mais distante possível da consiência de suas liberdades, de seus poderes intrínsecos a vida.

 

Entendendo que “virar a mesa do outro” é uma ação típica na maioria dos ambientes competitivos, muitos de nós, aprendemos desde a mais tenra idade e durante toda a nossa formação que ” vence o mais forte,  sobrevive o mais esperto,  manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

 
No entanto vou focar aqui os outros poucos ambientes onde surgem reais interessados em “virar a mesa”, a própria, o que fatalmente reflete em todos a sua volta.  A exemplo de Ricardo Semler* e Ricardo Jordão* que vêm iluminando o caminho de tantos de nós com suas idéias,  sugestões e exemplos concretos de que é possível fazer melhor, mas que para isso é imprescindível fazer diferente.  Em seus livros, empresas e até escola, Semler inacreditavelmente consegue mostrar com fatos o que pode parecer impossível para a maioria.

 
Nestes ambientes “diferentes”, com mais ou menos interessados em fazer acontecer “mais para todos”, fatalmente surgem obstáculos.  De todo tipo. Pessoas com medo, raiva ou inveja, pois apesar de em seu coração até sentirem que é a “coisa certa” elas não fizeram e provavelmente nem se atreverão a fazer.  Não que as consequências de atos “diferentes” sejam imprevisíveis, pelo contrário, são totalmente previsíveis: desconfiança, descrédito, desmoralização, ofensa, perseguição, desrespeito e exatamente por isso a maioria prefere  abster-se desta aventura.

 
Eu sou igual a todos, apesar das diferenças, e também sei o quanto é complicado arranjar tempo para pensar no todo ou em todos quando a própria rotina caótica da sobrevivência nos toma a maior parte das energias. Este já seria motivo suficiente para nem começar uma caminhada mais ampla.  Mas o enfrentamento de seus semelhantes neste processo, de suas revoltas e descontentamentos, por percepções equivocadas do que poderia ser melhor, realmente me parece ser a maior barreira.

 
A situação ocorre em qualquer lugar. Na roda de amigos, nos templos, na família, na empresa, escola, em qualquer agrupamento social. No ambiente escolar me chama mais a atenção pelo simples motivo de que acreditamos ser ali que o indivíduo se forma.  Tanto pela importância e valor que lhe atribui a sociedade, como pelo número de horas diárias que dedicamos neste projeto “estudar”, como e principalmento pelo volume de anos que passamos nele.

 
A partir desta perspectiva podemos desenhar um cenário de possível confronto de opiniões entre alunos e professores.  E ai?  O que acontece numa situação dessas onde, supostamente, a intenção é “abrir as cabeças”, ensinar a aprender, incentivar a capacidade crítica?
Frequentemente o que vemos é a personificação do “cale a boca porque aqui quem manda sou eu” proferida pelos professores.  E quem “tem juízo obedece”.

 

E quem não tem, faz o que?

 

_______________________________

* saiba mais sobre ambos aqui: http://www.bizrevolution.com.br/bizrevolution/2009/08/ricardo-semler.html

Autor

Especialista em Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação :::Summary Atuo em TI desde 1991 com capacitação de equipes, consultoria e palestras em instituições de ensino públicas e particulares e empresas em todos os níveis hierárquicos. :::Specialties TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação. EAD - Educação a Distância. Analista de Sistemas Web. :::Education Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - campus Senhor do Bonfim - Licenciatura Plena em Tecnologias da Informação e Comunicação, 2010 - 2014 Universidade Cidade de São Paulo - Especialista, Tecnologias e Educação a Distância, 2010 - 2011 Fundação Armando Alvares Penteado - Licenciada, Artes Plásticas, 1989 - 1991 :::Interests Sementes todas... as que se espalham, que germinam, as que morrem sem germinar... ... não importa muito onde vão parar, são sementes... contém em si, infinitas possibilidades.........

M.C.Sisi

Comentários

5 Comments

  • Olá Sisi,
    gosto da sua abordagem e conclusão com pergunta, para nos fazer pensar. O nosso mundo ocidental é dirigido por respostas e não por reflexão. Se por um lado, isso permite ganhos de desempenho e competitividade, tende a nos tornar autômatos e a achar que os nossos valores são absolutos. Quando, na verdade, os valores dependem de muitas variáveis (cultura, contexto, experiência, intenção, etc).
    Para melhorar as coisas de verdade, precisamos de mudanças nos nossos modelos mentais e isso só ocorre se existir vontade. Abraço

  • Verdade Roberto.
    Inclusive acredito que a paz interior e a felicidade não precisam de uma mudança de situação, mas de consciência.
    No entanto gostaria de dar um salto entre ter a vontade e conseguir colocá-la em prática considerando o “julgamento” do outro. Maneiras de enfrentar os obstáculos do caminho de quem tem vontade e decide fazer a diferença no contexto em que vivemos, e ainda assim, não enlouquecer com as perseguições da “situação” ou passar fome por desemprego face a “pouca” adaptabilidade ao sistema.
    Você consegue ver estratégias para isso?
    Obrigada
    Abraços…

  • Realmente difícil tentar fazer a diferença e se sentir só.
    Por outro lado, a liderança é mesmo solitária, pois o líder está sempre à frente do status quo.
    Sobre adaptabilidade e reconhecimento (principalmente financeiro), acho que será sempre arriscado pensar fora do quadrado, mas é a única forma de estarmos bem com a consciência (mesmo que não tão ricos). Até porque, a riqueza material é mais efêmera do que a nossa capacidade de se reinventar. Resta contar com a conspiração do universo e, que sabe um dia, receber os créditos. Se bem que quando eles chegarem, estaremos ocupados com novas idéias. Abraços

    • rsrsrsrsr
      sábias palavras
      acho que você tem razão .

      Obrigada pela luz…
      Abraços

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes