Todo processo seletivo é de mão dupla. Não é só o empregador que está escolhendo alguém para a posição, é você escolhendo se quer trabalhar ali ou não. O mercado de TI não consegue preencher todas as suas vagas há muitos anos, isso cria um ambiente único para quem escolheu trabalhar com tecnologia. Há muitas vagas em aberto, então é natural que você crie seu processo seletivo para uma nova empresa onde quer trabalhar. Eu destaco alguns pontos abaixo que devem ser levados em consideração durante uma entrevista de emprego:
Reconheça seu valor
Em primeiro lugar, sim, você precisa do emprego. Mas não mais do que a pessoa que vai lhe contratar precisa de você. Dê valor ao emprego mas se dê ao valor também. Nada de “coitadinho de mim” na entrevista. Além de ser extremamente chato é o tipo de coisa que ninguém quer ouvir nesta situação. A vida é difícil sob vários aspectos para todos, então use o tempo que você vai ter com o entrevistador para falar sobre suas qualidades.
Você também escolhe a empresa
Esteja atento a tudo quando for a empresa. Tudo mesmo. O ambiente a sua volta, as condições das pessoas que estão trabalhando ali, a disposição das mesas, salas. Esteja atento a sua resposta ao ambiente. Goste ou não goste do ambiente, registre isso. Considere esse registro na hora de tomar a decisão.
Não tem porque ficar nervoso
É uma situação de pressão, mas é um momento que exige sua atenção e foco total. Lembre-se, você também está selecionando seu local de trabalho. Quanto menos nervoso você estiver, melhor serão suas respostas e seu registro de tudo que está acontecendo.
Acho que quando uma pessoa se torna um cliente de consultoria de desenvolvimento de software a percepção de tempo dela muda brutalmente. Na verdade eles passam a viver num universo paralelo. No universo A, onde os desenvolvedores criam sistemas, o tempo passa devagar e no universo B onde fica a empresa do cliente, o tempo passa rápido – na proporção de 2/1 ou mais se comparado com o tranqüilo universo A. Esta é a minha conclusão depois de anos trabalhando como consultor.
Por exemplo: Submeta para aprovação do cliente um cronograma, projeto, orçamento de horas ou seja lá qual for o nome que você dá para aquele documento com prazos para o desenvolvimento de um sistema. Clientes em universos paralelos podem questionar você que 16 horas é muito tempo para a criação de uma feature qualquer, ainda que ela seja complexa. Diz que é possível fazer em 8 horas tranquilamente. Vejam, 16/8, é a tal proporção 2/1 que citei. Clientes em universos paralelos mais velozes podem sugerir que o tempo caia de 16 horas para 4 horas, afinal é só uma tela. Ou seja, este universo tem uma proporção de tempo de 4/1 se comparado com o universo normal, onde nós desenvolvedores mortais vivemos. É um universo Speed Racer.
Então seu cliente marcou uma reunião daquelas e você sabe de antemão que as próximas quatro horas de discussões vazias vão gerar umas três linhas de requisições de sistema de fato nas suas anotações.
Este artigo discute as vantagens e desvantagens de trabalhar como um terceiro, ou Pessoa Jurídica (PJ) no mercado de TI.