Gestão de Pessoas

Ξ Deixe um comentário

A importância da área de RH num projeto de terceirização de TI

publicado por Alfredo Saad

Figura - A importância da área de RH num projeto de terceirização de TIAo longo dos últimos 18 anos, tive a oportunidade de vivenciar, tanto sob a perspectiva do tomador dos serviços quanto sob a ótica do provedor dos serviços, o impacto sobre os recursos humanos envolvidos num projeto de terceirização de serviços de TI.

Tal experiência permitiu atestar a importância do papel a ser exercido pelas áreas de RH do comprador e do vendedor dos serviços, principalmente ao longo do processo de negociação e transição do contrato. Essa atuação gerencial conjunta é fator decisivo para o sucesso do projeto, visando garantir a minimização dos efeitos resultantes da reação intrínseca e inevitavelmente observada entre os empregados envolvidos em projetos de terceirização de TI.

A tabela abaixo mostra os 6 estágios que mostram a evolução típica da reação emocional dos empregados envolvidos, assim como a atitude gerencial a ser adotada pela atuação integrada das áreas de RH das partes.

RH_português_v1

Essa abordagem conjunta permitirá reduzir o grau de desmotivação, stress e ansiedade sempre presentes nesse cenário e que, quando não satisfatoriamente equacionado e resolvido, pode comprometer significativamente a consecução dos benefícios almejados para o projeto.

Um dos óbvios riscos a serem enfrentados é a eventual perda para o mercado dos recursos humanos entendidos como críticos para o sucesso do projeto, em consequência da incapacidade de criar os fatores motivacionais corretos para retê-los.

Tais recursos críticos do tomador dos serviços deverão assumir funções relevantes  …

  •  … na própria equipe retida do tomador de serviços, exercendo funções na gestão e governança contratual, garantindo a eficácia das operações do contrato, ou …
  • … como recurso transferido para o provedor dos serviços, como recurso de ponta de sua equipe, em consequência do conhecimento acumulado acerca das operações negociais do tomador e da natureza dos serviços a serem prestados.

De forma geral, a atuação conjunta das áreas de RH das partes permitirá também a avaliação individual dos empregados afetados pelo projeto, os quais serão categorizados como:

  • convidados a se transferir para o provedor
  • retidos no tomador dos serviços
  • incentivados à aposentadoria
  • incentivados à demissão voluntária
  • demitidos

Naturalmente, uma última categoria, discutida anteriormente, e que deve ser desejavelmente eliminada, é a dos recursos críticos perdidos para o mercado.

A cada empregado afetado caberá a decisão individual de aceitar ou não a categoria a ele proposta pelo tomador de serviços e, caso não aceite, buscar uma outra alternativa no mercado.

Dentre as questões de interesse dos empregados convidados a se transferir para o provedor,  as quais subsidiarão cada decisão individual, podemos citar:

  • Plano de transição
  • Local, horário e infra-estrutura física de trabalho
  • Política de salário, férias, horas-extras e de sobreaviso e avaliação periódica
  • Benefícios salariais complementares
  • Responsabilidade do tomador e/ou provedor por eventuais questões trabalhistas futuras
  • Tempo de garantia de emprego no provedor
  • Perspectiva de desenvolvimento profissional
    • Carreira
    • Treinamento
    • Promoções

Conceitualmente, a transferência de um empregado da área de TI de uma empresa para a qual  essa área é uma atividade-meio, para uma empresa para a qual a área de TI é atividade-fim tende a representar, do ponto de vista da progressão de carreira, uma maior perspectiva de crescimento. Por óbvio, tal perspectiva poderá ser ou não confirmada como consequência do grau de adaptação e do desempenho do empregado transferido no ambiente do provedor de serviços.

Além disso, deve ser enfatizada a importância de uma atuação integrada das áreas de RH de ambas as partes, já que cada uma delas detém um papel relevante no processo:

  • A área de RH do provedor dos serviços, já inúmeras vezes exercitada em processos anteriores, o que, via de regra, não ocorre com a área de RH do tomador dos serviços, provavelmente menos experimentada em processos de negociação e transição de serviços de terceirização.
  • A área de RH do tomador dos serviços, como conhecedora do perfil profissional dos componentes da equipe de TI a ser terceirizada, torna-se capaz de garantir um alinhamento eficaz entre os objetivos almejados com o projeto e a alocação dos recursos da equipe no processo crítico de categorização descrito acima.

Você concorda com os conceitos aqui apresentados ? Enriqueça a discussão com seus comentários.

[Crédito da Imagem: Terceirização de TI – ShutterStock]

Autor

Alfredo Saad has been acting on IT area since 1970, taught more than 100 lectures in Brazil and abroad (USA, France, Portugal, Chile, Argentina & Uruguay). He has been acting on IT Strategic Outsourcing Services area since 1997. He negotiated and managed, as Varig's IT Technology Manager, the contract signed with IBM (1997-2004). In 2006 he published the book "IT Services Outsourcing" (Brasport Publishing House). He managed (2006-2009), as an IBM Project Executive, the South American section of Michelin's global outsourcing contract. Risk Manager of all IBM Strategic Outsourcing contracts in Brazil (2009-2014). From March 2014 on, he has been acting as an independent consultant, lecturer and writer on IT Outsourcing as the principal of his own company, Saad Consulting.

Alfredo Saad

Comentários

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes