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Aplicativos móveis – instalado hoje, amanhã não mais?

publicado por Francisco J S Fernandes

Aplicativos móveis - instalado hoje, amanhã não mais?Há muitos anos sua empresa decidiu investir em um novo canal de relacionamento com seus clientes. O primeiro aplicativo móvel foi desenvolvido e lançado. Naquela época, você foi um dos primeiros a investir em aplicativos móveis. Hoje sua visão de mobilidade está madura e você compreende claramente o seu papel para o negócio. Mas depois de tantas versões, você tem se preocupado em analisar os comentários dos seus usuários com relação a utilidade do aplicativo? Você acompanha quantas vezes seu aplicativo é instalado e removido logo em seguida? Tem algo errado com sua estratégia móvel?

Hardware

Pra começar, vamos falar sobre o elemento básico dos aplicativos móveis: o hardware onde serão executados. Mesmo que entendamos o mercado e as tendências sobre que plataformas ou sistemas operacionais são mais relevantes, existem outras variáveis que também direcionam a aquisição de hardware pelo usuário final. O preço, a facilidade de ter mais de um chip no mesmo aparelho, TV Digital, câmeras super potentes, são exemplos de fatores que criam mercados, não necessariamente de hardware de ponta, mas que podem ser o seu mercado. O impacto destas variáveis na sua estratégia móvel pode ser devastador: aposte na tecnologia errada e o sucesso pode nunca chegar. Hoje em dia, hardware tem sido a parte mais fácil: IOS, Android e Windows Phone dominam o mercado, mas há outros fatores a serem considerados.

Espaço

Novos tipos de sensores trazem tornam a cada dia o trabalho de desenhar aplicativos móveis um grande desafio, dada a quantidade de possibilidades disponíveis para explorar. Trazem para o usuário final aplicativos realmente inovadores, nativos e que exploram o máximo das funcionalidades existentes. Dispositivos Android têm uma vasta gama de modelos, funcionalidades e configurações. Existem também diversos modelos rodando IOS, também com grandes variações de funcionalidades e limitações. Nem sempre o aplicativo mais inovador é aquele que explora ao máximo os sensores do aparelho. E explorar novas opções de sensores, significa também que seu aplicativo vai ficar restrito ao hardware que embarcar estes novos sensores.  O número de aplicativos para estas duas plataformas tem crescido exponencialmente, deixando o usuário final repleto de opções e com a dura tarefa de decidir o que realmente instalar no seu smartphone. Vão levar vantagem os aplicativos que trouxerem as melhores experiência para o usuário.

Eu, pessoalmente, uso meu celular para tirar fotos, ver e-mails, gravar vídeos, acompanhar minhas atividades físicas, como agenda, para escutar música, ver filmes, controlar a TV, entre outros. Esta tendência de uso, muito comum em todos os usuários, principalmente dos modelos mais sofisticados, acaba gerando um novo problema: falta de espaço. Para os usuários do IOS, não existe como aumentar o espaço. E mesmo para os dispositivos Android que aceitam cartões de memória existe um limite. Parece que os habituais 16gb da maioria dos smartphones já não são suficientes, e a situação só tende a piorar. E eis que chega o derradeiro dia, onde você recebe a mensagem de que não há mais espaço para armazenamento, e você precisa fazer uma limpeza. Fotos e vídeos menos importante são sempre os primeiros alvos, mas só isso não resolve o problema. É preciso remover alguns aplicativos e eu normalmente começo revisando os aplicativos que:

  • Eu nunca uso: Sim, isso acontece. Instalamos por impulso, por indicação de alguém, por um anuncio, mas na verdade nunca chegamos a usar, provavelmente porque nunca foi necessário.
  • Eu não gostei: existem diversas razões para não se gostar de um aplicativo (fora, claro, as birras pessoais): experiência do usuário muito pobre, interface pouco intuitiva e muito complexa, falta de boas funcionalidades, lentidão, navegabilidade ruim. Se o aplicativo cai em uma das condições que acabei de descrever, vou considerar com carinho sua remoção. Mais de uma condição combinada gera remoção imediata!
  • Eu teria uma experiência melhor usando a versão web ao invés do aplicativo móvel: depois de usar e testar bastante, ficou claro que não teria razão para ter um aplicativo móvel que fazer o mesmo que o website sem proporcionar nenhuma experiência diferenciada. Se no passado a onda era ter a aplicação nativa para dar um pouco mais de conforto e segurança ao usuário, esta época já passou. Na hora de escolher que aplicativo remover, este com certeza está na lista. Um aplicativo móvel hoje já gera expectativa de trazer algo diferenciado, como os demais concorrentes já fazem. Não corresponder a esta expectativa do usuário pode pôr em risco todo o projeto.

Quando eu removo o aplicativo da sua empresa, todo o investimento feito ao longo de anos em estratégia móvel para aquele aplicativo se evapora instantaneamente.

Remoção

Então, como podemos diminuir as chances de ter o seu aplicativo na lista de remoção? Segue uma lista que poderá ajudá-lo:

  • Seu aplicativo móvel deve criar uma experiência única para seus usuários. O que não significa necessariamente que você precisa explorar ao máximo os sensores, até porque isso também pode limitar a quantidade de usuários dependendo do sensor em questão. Use a mobilidade para criar interações que não são possíveis via website ou mesmo ao vivo. E tenham em mente que muitos aplicativos de sucesso combinam informações de comportamento e hábitos que não necessariamente vêm do aplicativo móvel. Comandos por voz, uso com apenas um dedo, mensagens push baseadas no interesse do usuário, menus intuitivos, são um bons exemplos de boas práticas. Uma experiência única e convincente, deve deixar o sentimento no seu usuário de que ele jamais pode viver sem aquele aplicativo.
  • O aplicativo precisar ser pequeno e rápido.Tenha em mente que existem hoje muito modelos de dispositivos móveis diferentes para todo tipo de público, cada um com tipos distintos de processadores e com desempenho que varia bastante. O usuário não entende que uma resposta lenta pode ser relacionada ao hardware – eles sempre culpam o aplicativo. Dependendo do público alvo, vale a pena pensar em versões mais ágeis e que consequentemente gerarão uma experiência melhor.
  • Teste seu aplicativo incansavelmente antes de colocá-lo no mercado.O teste tem um papel importantíssimo no sucesso de um aplicativo móvel. Aplicativos que falham e terminam anormalmente são rapidamente removidos. A cada versão do aplicativo, as avaliações dos usuários são apagadas e um novo ciclo começa. O sucesso de ontem pode ser facilmente apagado por uma versão mal testada. Para novos usuários, pode significar uma rejeição pelas próximas versões, mesmo que as mesmas operem normalmente. E para seus usuários cativos, pode significar uma diminuição permanente em sua quantidade.
  • Interações com seus usuários devem ser proativas e relevantes. Use mensagens push para oferecer promoções e serviços, solicitar comentários e para ter certeza que seu usuário se sente realmente importante pra você. Mas tenha cuidado: entenda o comportamento e os hábitos do seu usuário de forma a criar interações que sejam realmente relevantes para ambos os lados.
  • Acompanhe e entenda o histórico de utilização do seu aplicativo.Existem muitas ferramentas no mercado para monitorar as falhas, instalações e remoção, gerando métricas que ajudarão a entender o comportamento do usuário. Clique aqui e veja a ferramenta da HP (Real User Monitor – RUM).

O mercado móvel é muito dinâmico e sua estratégia móvel precisa ser revisada e reavaliada periodicamente. Nunca pense que tudo está sob controle. Num mercado onde tudo acontece muito rápido, uma nova tecnologia pode estar logo ali na próxima esquina. Antecipe-se às mudanças, entenda o desempenho dos seus aplicativos e mantenha-se sempre próximo ao seu usuário. Será a melhor maneira de manter seus usuários satisfeitos e o caminho para atingir os objetivos em mobilidade da sua empresa.

[Crédito da Imagem: Aplicativos móveis – ShutterStock]

Autor

Profissional de IT e apaixonado por tecnologia, Francisco é Arquiteto de Soluções com mais de 25 anos de experiencia no mercado de TI em diversas empresas como BID, HP, EDS, Fininvest, Unibanco, Banco Nacional e Sul America Seguros. Escrever é um dos seus hobbies e, além de tecnologia, é aficionado por música, viagens, fotografia e futebol. Meus contatos são: LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/franciscojsfernandes E-mail: kikofernandes@gmail.com Twitter: @kikofernandes71

Francisco J S Fernandes

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