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Profissões de futuro na Cloud Computing

publicado por Luiz Fuzaro

Profissões de futuro na Cloud ComputingEstava procurando imaginar algumas novas atividades na área da Cloud Computing onde possa utilizar meus  conhecimentos e experiências adquiridas ao longo destes anos agregando os novos conhecimentos que vêm embutidos na adoção de novos paradigmas.

Na tentativa de extrapolar um pouco a visão atual para potencializar a minha capacidade consultiva, algumas coisas que me levaram a pensar….

Comecei passeando pelas redes sociais, onde observei vários perfis profissionais no LinkedIn e fiquei admirando o comportamento daqueles que na última década trabalharam em dez empresas diferentes. Realmente, aprecio a capacidade destas pessoas de manusear seus documentos, certificações e currículos,  fazerem cópias de documentos e submeter a processos seletivos enquanto trabalham, particularmente acho que isto demanda muito tempo. Prefiro dedicar ao estudo e aprendizado de novos assuntos e ir gradualmente fazendo um retrofitting profissional.

Admiro este tipo de comportamento, assim como, admiro novas tendências de modas de roupas que vejo nos lançamentos feitos na mídia, com design de famosos estilistas, mas, na hora de adquirir para mim, acabo preferindo um tradicional conjunto de tênis, jeans e camiseta de cor única.

Enfim, sigo o estilo conservador, onde mesmo estando em uma área dinâmica, tenho um processo de aquisição de conhecimentos construtivo, sempre embasado em conhecimentos adquiridos, aceitando a disruptividade da inovação e incorporando novos conceitos pontualmente.

Mas, estou convencido que é nas nuvens e seu ecossistema onde está o futuro das profissões de TI, e se pessoas conservadoras como eu já chegaram a esta conclusão, alguns setores muito conservadores da economia também já enxergaram. Corretores de imóveis já se atentaram para o assunto oferecendo datacenters e instalações em seus portfólios, as corretoras já conseguiram visualizar a parte material (real state) da nuvem e já incorporaram aos ativos de suas carteiras.

O aparecimento de negócios como construção de data center para vender, “build to sell” tem movimentado um mercado ávido por este tipo de bem e como existe uma materialidade  e todo um ecossistema para lastrear, torna-se um bem de alto valor agregado, altamente comercializável. Existe uma localização, estrutura, conexões e conteúdo, isto por si só já vai alimentando o modelo de negócio de data centers: construção, compra, venda e etc.

Até aí … Nada da tecnologia da informação.

Cada participante deste mercado está focado em uma visão temperada pelas suas expectativas e critérios.
Para conseguirmos ver a tecnologia da Informação, teremos de subir pelo menos uns quatro níveis de abstração em relação a visão deste mercado “build to sell”.

Em uma visão não exaustiva, datacenters são uma pilha com diversos layers:

  1. 1 – Layer : Terreno, construção física, logística para construir.
    Neste nível existem as preocupações de localização, autorização para construir, acessos, estabilidade do terreno, resistência a intempéries e desastres naturais e disponibilidade de insumos como : energia, acesso a Internet, água e etc.
  2. 2 – Layer: Incentivos, disponibilidade de recursos locais, interações e sinergia.
    Aqui podemos incluir a adequação ao poder público e alinhamento em termos de incentivos de isenção de impostos, cessão de terreno e algumas facilidades de aprovações de plantas e projeto, disponibilidade de recursos humanos.
  3. 3 – Layer: Engenharia, Arquitetura e Design
    Energia elétrica, ar condicionado, água, conectividade, pessoas e equipamentos de acordo com a destinação do Datacenter o projeto deverá estar preparado para ser funcional, modular, segmentado e  flexível da forma como for explorado exigir.
  4. 4 – Layer: Arquitetura Tecnológica
    A escolha dos equipamentos e tecnologias que serão utilizadas para criar a infraestrutura que suportará a operação.
  5. 5 – Layer: Gestão dos Arranjos Tecnológicos
    A operação propriamente dita, regida pelas bibliotecas de boas práticas de infraestrutura da tecnologia da informação.
  6. 6 – Layer: Gestão administrativa do negócio.
    Aqui se vende, fecham-se contratos, paga-se contas, fatura-se, recrutam pessoas e cuida-se da manutenção dos outros layers.

A divisão nestas camadas ajuda a entender o negócio e divagar sobre quais são as profissões e serviços devem surgir. Diante disto dá para inferir que estas atividades irão trabalhar basicamente de duas formas:

  1. Internamente em um layer, ou
  2. Externamente entre os layers.

Isto facilita o entendimento, pois ao menos algumas coisas que damos como certas, continuarão da forma. As atividades da primeira forma: o mestre de obras irá supervisionar a construção, o engenheiro e o arquiteto irão discutir como sempre na busca de uma construção funcional, os gerentes da operação utilização os princípios do ITIL, o analista de redes trabalharão na rede e o negócio irá dar lucro se for bem administrado e gerido com foco na eficiência operacional do conjunto.

Entretanto, se juntarmos as atividades tradicionais existentes com outras não tradicionais que deverão ser demandadas, teremos algumas misturas interessantes dando margem ao aparecimento ou ampliação de algumas atividades como:

Corretor de Storage: Esta atividade exigirá uma ferramenta tecnológica como um agregador de espaços em várias nuvens como um LVM (Logical Volume Manager) voltado para uso em ambiente de cloud  computing e com algumas funções de RAID para oferecer redundância e espelhamento como acessórios. O profissional deverá também ser expert em vendas e busca de espaços disponíveis nas nuvens procurando qualidade, preço, velocidade e disponibilidade e oferecendo em pacotes sob medida para os diversos tipos de utilização.

Mudanças virtuais: Esta empresa terá a preocupação de não deixar cair nada durante a mudança, e não será cair fisicamente, o SLA contratado ser que os sistemas a serem migrados, deverão continuar operando e funcionais, sem quebra na produção, tipo live migration de forma a aproveitar os melhores preços e disponibilidades oferecidos pelos corretores sobre processamento, armazenamento, latências e disponibilidades ofertadas pelo mundo afora.

Força tarefa virtual: Da mesma forma que máquinas e infraestrutura crescerão sob demanda, serão necessários recursos para suportar estas operações sob demanda e estas equipes deverão ser “montadas” virtualmente em virtude de alguma expansão e ao final serem desmobilizadas. Recursos humanos especializados em algumas tecnologias, plataformas e infraestrutura serão recursos essenciais, mas, caros e alocados só pelo tempo necessário.

Auditoria externa de SLA: Algumas vezes o tráfego do próprio monitoramento “in cloud” poderá interferir na performance e uma entidade externa terá a função de aferir as disponibilidades contratadas e através de relatórios e informes periódicos gerados à partir de acessos dispersos pelo mundo, com informações consolidadas.

Depósito virtual de Armazenamento: Em litígios e outras situações pode ser que os dados, sejam de propriedade de um, mas de posse de outro tenham de ser armazenados em locais sob tutela da justiça, tais locais não necessariamente podem oferecer todos os serviços de nuvem, apenas parciais como:  armazenamento, bloqueio/liberação acesso, disponibilidade off line ou on line.

Estas atividades por serem especializadas e baseadas essencialmente em tecnologia demandarão um nível bem alto de profissionais especialistas em tecnologia.

Estamos em constantes mudanças e enquanto a situação definitiva não se concretiza podemos apenas conjecturar sobre este futuro inexorável da computação em nuvem e quais papéis e profissões irão aparecer na Tecnologia da Informação.

[Crédito da Imagem: Cloud Computing – ShutterStock]

Autor

Profissional com sólidos conhecimentos técnicos em sistemas operacionais, infraestrutura, redes, segurança e serviços de base. Arquiteto de Soluções com conhecimento em vários tipos de ambiente e aplicações. Gestor de equipes experiente com capacidade de orquestrar recursos em diversas áreas de TI para obtenção de objetivos de projetos. Foco no desempenho e confiabilidade de soluções integradas para suporte aos processos de negócio. Especialista em Linux, Padrões Abertos, Software Livre e interoperabilidade em ambientes heterogéneos.

Luiz Fuzaro

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