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Gestão de TI e Futebol: Habilidades e Semelhanças

publicado por Diogo Guimarães

Gestão de TI e Futebol: Habilidades e SemelhançasA Gestão de Equipes de TI e a Gestão de Times de Futebol tem muitas semelhanças entre si. Você as conhece?

Ambas dependem da habilidade de seus jogadores ou colaboradores para alcançar o sucesso.Você tem lembrança de algum Técnico de Futebol ou Gestor de TI que tenha conseguido êxito dirigindo uma equipe com 0% de habilidade?

O entendimento sobre habilidade geralmente depende do contexto onde a palavra é empregada. Quando aplicada ao futebol remete a ideia do jogador capaz de realizar dribles desconcertantes na defesa adversária, possuidor de boa visão espacial (senso de campo), precisão no chute, no passe e assim por diante. Ou seja, tem a ver com a capacidade diferenciada para resolver problemas com criatividade, precisão e inteligência.

Quando a aplicada a Gestão de TI, a habilidade pode ser uma medida através da qual avaliamos a capacidade do Gestor de harmonizar e mobilizar pessoas de diferentes formações, temperamentos e estilos culturais a fim de atender determinado propósito de um departamento ou de um projeto. O Gestor precisa de habilidade, não só autoridade, para que as pessoas cumpram os objetivos definidos por ele e “abracem a causa”.

No futebol é preciso ter habilidade para realizar um gol como o feito por Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 86. Semelhantemente o primeiro gol de Romário contra a Holanda na Copa de 94. Ela é tão valiosa quanto o ouro o é no comércio de metais preciosos (e também cada vez mais rara…). É preciso tê-la para realizar coisas aparentemente simples como chutar a bola de um lado a outro do campo ou acertar um passe curto de meia distância, realizar uma cobrança de falta no gol, bater um escanteio que cause algum tipo de dificuldade para a defesa, etc. A equipe que possui um jogador habilidoso tem vantagem competitiva sobre as outras. Ele pode inovar a qualquer momento e quando menos se espera decidir um jogo difícil e truncado. O seu time possui jogadores habilidosos em campo?

O mesmo acontece com a Gestão de TI nas empresas. Na área de Tecnologia de Informação, por exemplo, a habilidade é fundamental e faz a diferença. Quantos programadores são capazes de refatorar o código de uma aplicação reduzindo três páginas em uma (sem perda de funcionalidade)? De que adianta optar pelas melhores metodologias de Engenharia de Software sem possuir habilidade para gerenciá-las? É aconselhável adquirir os melhores softwares de Infraestrutura sem conhecer previamente a combinação de hardware onde se dará a sua execução?

E o que dizer da gerência de tempo e de riscos em trabalhos complexos? Atrasos no cronograma podem comprometer o Rollout de outros projetos dependentes; perder a oportunidade de entrevistar o Key User de uma determinada frente funcional, dependendo da localização geográfica deste, pode significar mais tempo de espera e a necessidade de levantar informações por outros meios. Em Tecnologia geralmente a ausência de habilidades ou competências implica na realização lenta e burocrática do trabalho e aumento de custos do mesmo.

Contudo, só ter habilidade não basta. É preciso saber trabalhar em equipe. Você pode até não lembrar o nome dele, mas Maradona recebeu o passe dado por um companheiro antes que pudesse sair do campo de defesa em direção à história do futebol. Quem deu o passe?

Por mais habilidoso que seja o jogador do seu time e por maior que seja a sua empolgação a respeito das suas características, ele não joga sozinho. Se ninguém lhe tocar a bola, não haverá gol. Simples assim.

Tanto os clubes de futebol bem como as corporações precisam de excelentes profissionais para alcançar o êxito. Isso, apesar de importante, não é garantia de sucesso. Se fosse assim todo clube que contratasse os profissionais mais caros do mercado teria a certeza de ganhar o campeonato. De igual modo a empresa que contrata os profissionais de elite em cada segmento também não tem garantido o êxito.

No futebol, sem trabalho em equipe, pode-se ter uma “seleção de galácticos” em todas as posições do campo e ainda assim não ganhar nenhum campeonato e nem ser competitivo. Isso é tão verdadeiro que por vezes equipes que possuem goleadores natos às vezes lutam contra o rebaixamento ou são rebaixadas, enquanto as campeãs, que nem sempre figuram nos quadros da artilharia, porém, coletivamente se destacam e são fortes em diversos setores é que alcançam o objetivo.

No futebol se um jogador é excessivamente individualista, geralmente é criticado. Quando, porém, se utiliza de jogadas individuais em prol da coletividade, ocorre o efeito contrário.

Pense por um instante na equipe dos sonhos de um gestor de TI. Um quadro invejável de profissionais. Colaboradores certificados nas tecnologias mais recentes, em diferentes especialidades, com domínio de outros idiomas e vivência prática nos mais variados cenários de problema. “Dream Team” da Tecnologia. Sonho de consumo de todo bom gestor. Uma equipe assim resolve problemas com facilidade e consegue estruturar o caos também.

Porém, se houver o mínimo de vaidade que seja nesse meio, a harmonia pode ser perdida. A vaidade geralmente leva a competição pessoal (fazer para se mostrar superior ou melhor do que o outro), a competição por sua vez leva ao desequilíbrio das relações humanas (conflitos). Se a equipe não estiver unida em torno de um objetivo comum e sem vaidades pessoais, tal situação irá gerar tanto estresse que será desproporcional aos ganhos e vantagens que esse grupo seleto proporciona.

Muito do que é feito ou criado através do uso de TI tem forte dependência do trabalho colaborativo. O norte americano dá um ótimo exemplo nisso no que diz respeito à divisão de papéis. Se você encontra uma equipe de DBAs existe uma separação de papéis ali. Cada um desempenha uma função e ninguém interfere no trabalho do outro. Em alguns casos são tão organizados e minimalistas que criam especializações e segmentos exclusivos dentro da própria área de especialidade.

Neste ramo é comum ter profissionais dedicados para trabalhar exclusivamente com algumas das atividades cotidianas de um DBA como Backup, Restore, Gerência de Recursos (Disco, Memória, CPU) e assim por diante. No Brasil temos uma cultura diferente. Ainda estamos evoluindo nisso.

Todos trabalham em busca da excelência. Para que haja excelência são necessários muitos ingredientes, mas com certeza, nos casos aqui mencionados, deve haver habilidade aliada ao trabalho em equipe. Tanto de um lado quando do outro, a habilidade se desenvolve através da prática, não apenas com o conhecimento teórico. Bem disse Aristóteles: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Logo a excelência não é um ato, mas um hábito”. Assim quanto mais repetição houver… maior a excelência no que é feito.

Não por acaso muitos clubes que apresentam, mau desempenho na temporada reclamam exatamente da falta de tempo para treinar. Não raro, nós também, Profissionais de Tecnologia, necessitamos de Treinamento para aprimorar os conceitos ou aprender a utilizar novos softwares. A ideia implícita por detrás disso é: faça algo repetidamente e você alcançara o aprendizado e a habilidade necessária.

Aqui estão algumas das principais semelhanças entre a Gestão de Equipes de TI e a Gestão de Times de Futebol. Partindo da habilidade individual, passando pela necessidade de trabalho cooperativo ou coletivo. Sei que o assunto é muito maior, mas pode servir, em termos mais amplos, para o entendimento sobre o processo de formação de equipes através dos conceitos e analogias aqui descritos. É isso.

[Crédito da Imagem: Futebol – ShutterStock]

Autor

Diogo Guimarães é membro do INSTITUTO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS (Project Management Institute - PMI) - uma associação global de membros localizada no estado da Pennsylvania (EUA) dedicada a promover as práticas do gerenciamento de projetos bem como a defesa do Código de Ética e Conduta Profissional do Instituto. No Brasil atua como voluntário para o capítulo do Rio de Janeiro. É Instrutor da divisão de treinamentos da Oracle Corporation desde 2006. Possui mais de 10 anos na área de Tecnologia. Na Consultoria já atuou em projetos de implantação e gerência de soluções de alta disponibilidade para Banco de Dados, NF-e, SOA, Servidores de Aplicação, Desenvolvimento Web para portais corporativos, entre outros. Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Veiga de Almeida e Palestrante de TI. De espírito empreendedor, trabalha no Mentoring de novos produtos tecnológicos para o público em geral nas horas disponíveis. LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/dguimaraes/

Diogo Guimarães

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