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Do disquete à nuvem: uma viagem pelos últimos 30 anos do armazenamento de dados

publicado por Francisco Massaro

Do disquete à nuvem: uma viagem pelos últimos 30 anos do armazenamento de dadosQuando Gordon E. Moore, ex-presidente da Intel, profetizou em 1965 que o número de transistores dos chips e, consequentemente, a capacidade dos processadores dobraria a cada 18 meses, não imaginou que as memórias, outro elementar componente da arquitetura dos computadores, passariam por transformações tão dinâmicas e significantes também.

As memórias de computador podem ser classificadas como voláteis ou não voláteis. As primeiras são assim chamadas pois necessitam de energia elétrica para manter os dados armazenados (quem nunca sofreu a perda de um trabalho importante devido a uma queda repentina de energia). Já as memórias não voláteis mantêm os dados armazenados mesmo quando não alimentadas por energia elétrica. E é justamente esse segundo grupo de memórias que viveu a maior transformação tecnológica em seus modais de armazenagem e capacidade nos últimos 32 anos, conforme veremos a seguir.

1981 – Esse realmente foi um ano mágico para a computação, que contou com o lançamento do primeiro PC da IBM, em sua entrada no mercado como concorrente do Apple II. Apesar de o primeiro disquete ter sido lançado em 1971, foi em 1981 que a Sony lançou o modelo de 1,4 MB no mercado. Essa capacidade de armazenamento era 14 vezes maior que a do primeiro disquete, mas cerca de ¼ da capacidade do primeiro HD lançado em 1956. Em contrapartida, esse primeiro HD pesava 1 tonelada. Os últimos disquetes foram produzidos em 2010 e hoje em dia são encontrados apenas como itens de queima de estoque ou de colecionadores, já que periféricos de reprodução da mídia já não são fabricados em larga escala e tampouco fazem parte do hardware dos computadores atuais.

1988 – Era lançado o então caríssimo CD-ROM de 700 MB. Com a capacidade de 500 disquetes, podia abrigar 700 vezes a memória interna do computador que coordenou a Apolo 11, primeira missão tripulada à Lua, em 1969.

1995 – Surgia no mercado o primeiro DVD de 4,7 GB, que equivalia a 3.357 disquetes ou 6,5 CD-ROMs (usando como medida as capacidades citadas acima). Para se ter uma ideia do impacto da nova mídia, o maior HD do mercado em 1983 pesava mais de 200 kg, custava US$ 142 mil e tinha pouco mais da metade da capacidade do DVD.

2003 – A Sony lança o novo formato Blu-Ray, que em 2008 passaria a ser a única tecnologia em disco óptico cotada para substituir o DVD, após a descontinuidade do formato HD DVD pela Toshiba. Com 25 GB de capacidade, o Blu-Ray era equivalente a 18.285 disquetes, 35,5 CD-ROMs e 5,5 DVDs com as capacidades citadas acima. Um único Blu-Ray possuía mais espaço que o maior HD à venda em 1990, de 22 GB e que custava US$ 795 mil.

2011 – Apesar de ter sido lançado em 2000, foi nesse ano que surgiu o Pen Drive com capacidade de 512 GB, sua maior até hoje. Nesse pequeno dispositivo é possível armazenar o conteúdo de 366 mil disquetes, 749 CD-ROMs, 111 DVDs e 20,4 Blu-Rays. É espaço de sobra para armazenar em formato pdf, juntas, todas as edições dos Jornais impressos O Globo (11 milhões de páginas), Folha de S. Paulo (3,5 milhões de páginas) e Estado de S. Paulo (2,7 milhões de páginas) produzidas até hoje. Foi nesse ano também que surgiu o colossal HD externo de 20 TB.

2013 – O pacote mais alto do Google Drive, um dos principais modais de armazenamento na Nuvem, tem atualmente 4.500 TB de capacidade ou o mesmo que 3.294 bilhões de disquetes, 6.582 milhões de CD-ROMs, 980.325 DVDs, 180 mil Blu-Rays, 9 mil Pen Drives ou 225 HDs externos. O espaço ocupado pelos disquetes citados corresponderia a 26,1 km², área equivalente ao território de Tuvalu, terceiro menor país do mundo. Essa massa de dados é suficiente também para armazenar 9 vezes o total de dados carregados pelos usuários do Facebook diariamente. Outra informação assombrosa é que com essa capacidade de armazenamento é possível assistir vídeos, ininterruptamente, por 223 anos.

Já sabemos que a Lei de Moore deverá se tornar obsoleta logo devido, principalmente, a limitações da nanotecnologia. Contudo, com o advento da Nuvem abriu-se uma nova situação de independência do uso de mídias físicas de armazenamento, além da incrível vantagem de acessar os dados de qualquer dispositivo conectado à Rede. Agora, resta saber se a Internet oferecerá a abrangência e velocidades necessárias para que a Nuvem se torne o principal modal de armazenagem de dados. A revolução está em curso, mas ainda há muito trabalho a ser feito.

Fontes: Revista Mundo Estranho (Novembro de 2013) e Portal How Stuff Works.

[Crédito da Imagem: Armazenamento – ShutterStock]

Autor

Profissional com dez anos de experiência em Tecnologia da Informação, sendo seis deles no setor de Bens de Consumo, atuando com Análise de Processos de Negócio, Gerenciamento de Projetos e Gestão de Serviços. Cursou o módulo internacional de Estratégia Competitiva pela Universidade de Munique, é certificado PMP® pelo PMI® e possui Academia SAP MM. Possui grande interesse por Economia, Marketing e Logística. É Embaixador da USP para a rede pública de ensino e muito interessado por causas sociais, em especial na área de Educação. É membro do time de articulistas do portal TI Especialistas desde Outubro de 2013. http://br.linkedin.com/in/franciscomassaro/pt | francisco.massaro@gmail.com

Francisco Massaro

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