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Indivíduos podem aprender a serem líderes?

publicado por Arnaldo Auad

Indivíduos podem aprender a serem líderes?Acredito que liderança se apoia em pelo menos 3 pilares (não restrito aos 3) que são: influência, comprometimento com os liderados e assertividade. Se observarmos atentamente, todos esses são características de comportamento e como tal, podem ser sim desenvolvidos quando desejamos alcançar a liderança e tê-la reconhecida com os liderados.

Influência:

Na dimensão da influência, acredito que a maioria de nós tenha visto em alguma situação, uma estrutura de influência que ocorre intra-equipes e inter-equipes, pessoas que não estão na estrutura formal de poder, mas que exercem grande influência em vários membros da equipe ou de outras equipes.

Comprometimento:

Na dimensão do comprometimento, podemos perceber que algumas pessoas que estão fora da estrutura formal de poder são extremamente comprometidas tanto com a realização das tarefas que lhe são delegadas quanto – e principalmente – com as pessoas que podem ajudar a realizar as atividades e a equipe observa, analisa e reconhece o comprometimento.

Assertividade:

Na dimensão da assertividade, podemos também encontrar pessoas que são assertivas tanto no comportamento necessário para mitigar algum conflito quanto na melhor decisão a tomar dada uma situação limite ou corriqueira e isso também é observado, reconhecido e até recompensado pela equipe.

Como disse anteriormente, pelo menos essas três dimensões são características de comportamento e como tal podem ser desenvolvidas.

Algumas vezes é colocado com muita clareza e propriedade que a liderança é percebida. Sim ela é percebida de fato e percepção é algo peculiar e particular a cada espectador ou colaborador que convive conosco.

Em outros termos, se a liderança é algo percebido, e percepção é inerente ao espectador, alguns podem percebê-lo como líder, outros simplesmente podem ignorá-lo como líder. Mas se o comportamento for consistente, coerente e perene, o mesmo se torna hábito e fato.

Liderar se torna hábito, liderar se torna fato e a percepção cede lugar à autoridade que a própria equipe outorga ao líder.

Diferente do poder que um chefe possui, neste último caso quem tem poder não é o chefe e sim o cargo que temporariamente está ocupado por ele.

Quero deixar claro que em momento algum referencio a liderança à traços de personalidade e sim ao comportamento aprendido, desenvolvido e praticado.

Quando acreditamos que a liderança é inata significa no meu entender, que já nascemos sabendo liderar (é isso que o termo referencia). Entretanto, se observarmos, quando nascemos, nós não sabemos nem falar e na prática, aprendemos e assimilamos tudo o que está ao nosso redor.

Em termos gerais estamos sempre aprendendo, criando, eliminando e alterando comportamentos e crenças. Por isso afirmo que ser líder está mais ligado ao comportamento percebido pelos outros e não temperamento ou traços de personalidade.

Algumas vezes tendo a achar que sou “ponto fora da curva”. Eu realmente não acredito que aprendizagens comportamentais e prática deliberada ao longo de anos de nossas vidas desde o nosso nascimento sejam colocadas em uma escala onde o “inato” predomina. Talvez porque eu não acredite no “inato”, acredito que o “talento” pode ser construído, desafiado e provado.

Quem se lembra de ou ouviu falar de Nadia Comaneci, a ginasta que fez maravilhas e colocou seu nome na história dos esportes?

Certa vez perguntada sobre quantas horas por dia é necessário treinar para ser uma campeã, uma líder, ela respondeu: “se você precisa de uma resposta a essa pergunta, nunca será uma campeã, nunca será uma líder. Você tem que treinar, praticar, desenvolver até se tornar uma, não importa quanto tempo isso leve”. E ela foi.

Acreditar que o “inato”, o “talento” prevalecem sobre a aprendizagem comportamental e prática deliberada é o mesmo que pensar como Homero em a Odisseia: aqueles que tem desempenho notável, quase super-humano vem ao mundo para fazer exatamente aquilo a que se propuseram e que seus desempenhos notáveis lhes foram concedidos por deuses ou musas.

Se existem o “dom”, o “talento” e as características “inatas” me ocorrem algumas perguntas:

Então significa que só podemos ser excelentes naquilo que nos é “inato”?

Vamos buscar desenvolver somente aquilo que é “inato” em nossos clientes?

Não podemos ajudar nossos clientes a desenvolver qualquer coisa que não seja “inata”?

Se isso for verdade, quais são a natureza e valor do trabalho que coaches e treinadores fazem?

O que estou vendo constantemente é que se não é “inato” não pode ser desenvolvido. E com isso eu realmente discordo.

Líderes podem ser criados e treinados para tal.

[Crédito da Imagem: Liderança – ShutterStock]

Autor

Empresário, Escritor, Fundador da Meeting Soluções Estratégicas e da Direção e Sentido Coaching e Treinamentos, PNL Practitioner formado pela HP Consulting U.S.A., Certified Professional Coach pela Academia Brasileira de Coaching, licenciada pelo BCI – Behavioral Coaching Institute. Com mais de 20 anos de experiência em consultoria de gestão e implementação de estratégias, processos e sistemas de CRM, BI e ERP, atuo com implementação de Datawarehouses e da suite de soluções IBM Cognos atendendo clientes como Merial Saúde Animal, Electrolux, Banco Safra, F/NAZCA, Canon, Astra-Zeneca entre outros. O Behavioral Coaching Institute foi considerado por 3 anos consecutivos pela Survey ICAA como a número 1 em treinamento de Business and Organization Coaching Training. A Metodologia desenvolvida pelo BCI está presente nas maiores corporações mundiais como: Toyota, Sony, Citibank, Avon, Motorola, Nextel, Pfizer, Mercedez, NASA, Bank of New York, Ernest & Young, PriceWatherHouse, Banco de Singapura, Força Aérea Americana, Walt Disney World dentre outros. Sou Palestrante, Consultor de Gestão, Facilitador de Workshops e Treinador especializado em: · Liderança e empreendedorismo; · Relacionamento interpessoal; · Competências gerenciais; · Marketing de relacionamento; · Inteligência de negócios. Como Consultor Sênior para América Latina na HP Consulting, atuei intensamente na definição e implementação de processos de e-business e CRM em várias empresas no Brasil, Argentina, Chile Colômbia México e Estados Unidos. Participei ativamente na introdução de novas tecnologias no Brasil, onde atuei apresentação de sistemas consagrados no mercado americano para gestão de clientes tais como Vantive, Clarify e E.piphany ao mercado brasileiro.

Arnaldo Auad

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