Cloud Computing

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Cloud Computing, mas com os pés no chão

publicado por Carlos Roberto Miranda

Não é minha intenção cansar o leitor com assuntos técnicos e enfadonhos, porém é meu dever, como consultor em tecnologia web, procurar traduzir da melhor maneira possível alguns pontos das tecnologias para uma linguagem de negócios onde o empresário possa obter uma primeira impressão sobre o que é atual na web e mostrar as novas tendências, como cloud computing ou computação em nuvem, por exemplo, que tanto tem se falado ultimamente. Vamos direto ao ponto.

O CONCEITO CLOUD COMPUTING

O que é a nuvem?

É um novo modelo de tecnologia computacional avançada e aplicada à Internet.

Gartner Group, uma das mais conceituadas empresas de pesquisas de TI do planeta, com sede nos EUA, aponta em seu relatório Top 10, a nuvem, como a terceira tendência de estratégia tecnológica para 2013 e a define como um estilo de computação compartilhada, elástica e de custo por demanda de CPU.

Empresas como a INTEL, IBM, Microsoft, Amazon.com, Yahoo, Google, AT&T, Dell, HP, dentre outras, estão entre as pioneiras a oferecer tal modelo de computação (em nuvem) tanto que, a IBM, em 2009 já liderou um grupo de empresas em um projeto de OPEN SOURCE (padrão aberto) para a nuvem, porém, descartado pela Microsoft que entendeu certa tendência da IBM querer o controle do setor, onde a Google e a Amazon.com não se posicionaram a respeito de tal projeto, conforme matéria amplamente apresentada pelo portal Terra.

Se não houve consenso entre as grandes quanto à melhor política a ser adotada para se estar na nuvem, que ainda não aconteceu por vários motivos, o que resta então para nós simples mortais do varejo?

Desde 2009 tem-se intensificado este modelo computacional para a Internet e muito se tem falado, publicado e divulgado sobre o conceito da nuvem. Este conceito ganhou espaços preciosos na mídia em geral e consequentemente, muitas empresas avançaram nesta tecnologia dedicando-se a ofertar cloud computing a seus clientes. Fórum de discussões tem sido criado na Internet com intuito de esclarecer e dar dicas sobre computação em nuvem e este ano, na Fenacom 2013, em São Paulo, assistimos a uma palestra de Cezar Taurion, um experiente New Technologies Manager/Technical Evangelist, que com muita propriedade destacou e exemplificou o conceito e a questão do cloud computing varejista.

A PRÁTICA CLOUD COMPUTING

Na prática, o funcionamento do conceito cloud computing, antes de tudo deve ser de comparação ao tradicional on-premise computing (computação local) que já conhecemos e o utilizamos.

Inicialmente temos que saber que cloud computing está disponível em três modelos de serviços, que são os fatores pelos quais você vai pagar a Internet:

IaaS = Infrastructure as a Service (Infraestrutura como Serviço), que é o uso pelos serviços de hospedagem que você necessita e requisita a um provedor de hospedagem na nuvem, pela Internet;

PaaS = Platform as a Service (Plataforma como Serviço), que é a utilização dos serviços, como os bancos de dados do seu provedor que estarão a sua disposição na nuvem, pela Internet;

Saas = Software as a Service (Software como Serviço), que é o uso dos softwares necessários e que estarão disponíveis também em alguma nuvem, pela Internet.

Cabe aqui uma explicação ao termo “na nuvem, pela Internet”     que acabei de utilizar ao me referir aos três modelos de serviços acima e que é o principal fator deste novo modelo de computação, pois na verdade, você não saberá em que servidor (ou nuvem) estará os dados de informações que você enviará ou de qual nuvem virá os serviços solicitados – essa é a chave.

Pois bem, conhecida a primeira grande novidade do cloud computing, a outra é que você passará a pagar os serviços de Internet por ciclo de CPU do servidor do provedor, similar ao pagamento da conta de energia elétrica consumida, só que ao invés de ser medido em kw/h a nuvem realiza medição em bps (bits por segundo) pelos uso dos serviços IaaS e PaaS e os softwares necessários (SaaS) não precisaram mais estar instalados no seu sistema, pois ficarão disponíveis na nuvem de serviços pela Internet, já que na nuvem, não é possível se saber onde estão os servidores que estamos acessando, nem mesmo se estes servidores estão no mesmo país em que estamos localizados e acessando a Internet.

Em comparação a on-premise computing, atualmente paga-se um valor x por uma determinada quantidade de uso do espaço contratado no servidor (compartilhado ou dedicado) do provedor, com exceção do SaaS, que depende dos softwares que você precisa adquirir uma cópia legalizada e mantê-la instalada no seu sistema (na sua máquina). Neste novo modelo computacional isso será descartado porque você utilizará o software na nuvem que você contratar, a exemplo do Google Docs.

Cada um dos modelos de serviço acima, por sua vez, está também distribuído e dividido em outros quatro tipos de operações, a saber:

Operação Privada, dentro do firewall da própria empresa fornecedora da nuvem;

Operação Comunitária, esta será compartilhada por certo número de empresas na rede que faz parte da nuvem;

Operação Pública, que será aberta a todo universo da Internet;

Operação Híbrida, compreendida por mais de uma operação desta lista.

Aqui é onde deve ser concentrada as maiores atenções, pois, se um dos conceitos da computação em nuvem é disponibilizar um acesso compartilhado das informações, independente de onde estejam os meus dados, ficará difícil optar por um tipo de operação pública porque poderei estar comprometendo a privacidade sobre as informações dos meus clientes. E a operação comunitária? Pode garantir a mesma segurança que hoje possuo contra intrusos que possam tentar invadir os meus arquivos?

São questões delicadas a serem discutidas e definidas antes de qualquer decisão a ser tomada e o tamanho do negócio a ser administrado. Mas uma dica geral pode ser o uso da operação híbrida, onde partes das operações com as informações mais confidenciais estariam seguras em servidores privados e as demais, aquelas informações que não requeiram tanto rigor de segurança, poderíamos manter no tipo de operação comunitária ou pública, conforme o caso. Mas isso vai depender dos estudos e das avaliações a serem realizados.

Ao analisar o modelo econômico do cloud computing é que se pode encontrar uma das suas grandes e principais vantagens quando comparado ao atual modelo on-premise computing, pois neste novo modelo o investidor paga realmente por aquilo que usar.

É lógico que todo planejamento empresarial visa ao crescimento contínuo e constante do negócio, mas é um erro planejar qualquer tipo de negócio visualizando apenas os períodos de picos elevados no faturamento ou de altas, onde se ganha sempre, sem considerar aqueles períodos de crises em que se ganha menos ou até mesmo pode haver prejuízo.

Temos que encarar a realidade nos negócios com opções de estratégias múltiplas nas prevenções às possíveis surpresas.

As oscilações nos negócios são inevitáveis, principalmente em função da sazonalidade de vendas que, no Brasil, durante o ano nos deparamos com épocas propícias ao ganho como: carnaval, páscoa, dia das mães, festas juninas, dia dos pais, dia das crianças, natal e ano novo e até campanhas próprias que, ao promover, pode-se alavancar excelentes resultados no faturamento a exemplo da Black Friday no e-commerce, dentre outras formas de campanhas.

Mas entre estes períodos de alta o fantasma de uma possível baixa no faturamento nos assombra e por menor que seja a queda nos lucros, essa baixa nos compromete financeiramente com nossos fornecedores porque no modelo on-premise computing os valores são fixos, não nos permitindo qualquer folga nos compromissos assumidos. Com a nuvem (cloud computing), porém, o período de baixa vem como uma brisa agradável a soprar nos nossos negócios e será um momento verdadeiramente favorável. Isso por que a nuvem possui elasticidade aos negócios e não escalabilidade, e você vai pagar somente o que usou naquele período.

Portanto, a melhor dica por enquanto é a observação criteriosa e cautelosa na transição, assim como deve ser encarada toda nova tendência tecnológica, principalmente quando essa nova tecnologia denota segurança, privacidade e economia nos recursos, pois todo processo de mudança merece estudo e atenção de nossa parte em todos os níveis.

Pois é com os pés no chão que iremos compreender tudo isso para depois decidir sobre a melhor forma de se entrar na nuvem e qual o melhor momento para isso, já que ela é uma realidade presente entre nós, simples mortais do varejo.

Autor

Consultor de TI e atualmente divulgando as lógicas de estrutura e dinâmicas da EH (Essência Humana), de autoria própria. http://www.crmtreinamento.blogspot.com.br crm@crmtreinamento@yahoo.com.br

Carlos Roberto Miranda

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