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Ausência tecnológica

publicado por José Luis Braga

A convivência com os avanços tecnológicos é dificil em algumas situações. Já repararam como os mais jovens, digo a garotada passando da infância para a adolescência, não larga os celulares e smartphones?  Com a disponibilidade cada vez maior de redes wifi abertas em restaurantes, bares, shoppings, lojas, etc, o uso desses aparelhos passou a ser quase que continuo, você sai de uma rede e entra em outra até sem perceber, e sem necessidade de ter um plano 3G de acesso a internet com a sua operadora de telefonia celular.

O comportamento da garotada chega a ser engraçado. Não desgrudam o olho da tela do aparelho, esperando o reply da mensagem super-importante que acabaram de enviar. Conversa? nem pensar, respondem com monossilabos, é só Hamham, sim, não, e nada de estender o papo. Param para comer, mas o aparelho fica do lado do garfo, interrompem a refeição o tempo todo para responder aos chats e continuar na conversa. Já vi várias vezes o garoto “conversar” com o garoto do lado usando o chat, ao invés de conversar de fato. Não é engraçado? Mas também pode ser trágico, pois o uso irresponsável desses aparelhos enquanto a pessoa está dirigindo, principalmente para envio e recepção de mensagens, é um problema serissimo que tem causado desastres graves e com mortes. Tanto aqui quanto nos EUA, onde o problema é mais grave, vejam o blog Texting while driving. Semana passada mesmo, os telejornais mostraram o caso de um garoto que atravessou a rua falando ao celular, não prestou atenção em nada, foi atropelado e por sorte dele, o trânsito estava lento e os danos foram poucos, apenas uma perna quebrada e um tremendo susto.

Esse comportamento invadiu as salas de aula, e nós professores passamos a ter que lidar com uma movimentação completamente inusitada durante as aulas. A maioria dos alunos respeita a sala de aula, e sai da sala para atender aos celulares. Mas, responder mensagem de chat não é problema, pode ser feito na sala de aula mesmo, não interrompe a aula. Resultado: durante as aulas, um monte de ausentes tecnológicos, corpo presente e mente ausente, a mil por hora em outros locais e ambientes. Inventei o termo ausente tecnológico  para nomear essa garotada, querendo significar ausente pela tecnologia.

Em uma postagem recente aqui no blog, Sincronismo, sala de aula e as novas gerações, apresento e discuto melhor a questão da sala de aula, e o fato de como estamos atrasados e fora do contexto com as nossas aulas. Tentando prender a atenção de uma juventude que usa outros meios para aprender. Esse tem sido meu enorme desafio, e tem tomado uma boa parte do meu tempo: levar novas técnicas de ensino-aprendizagem para a sala de aula, e fazer meus alunos aprenderem melhor com elas. Dureza…

Creative CommonsO conteúdo deste artigo está protegido segundo LicençaCreativeCommons: Atribuição;Uso Não-Comercial;Compartilhamento

Publicado originalmente no Blog do Professor José Luis Braga.

Autor

José Luis Braga é Professor Titular do Departamento de Informática na Universidade Federal de Viçosa Formação Acadêmica Pós-Doutoramento - University of Florida - USA, 1999 Doutor em Informática - PUC/Rio - Setembro de 1990 Mestre em Ciência da Computação - DCC/UFMG - Novembro de 1981 Engenheiro Eletricista - PUC/MG - Agosto de 1976 Site: zeluisbraga.wordpress.com

José Luis Braga

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