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Crowdfunding – A sociedade colaborativa tem futuro no Brasil?

publicado por Vinicius Passos Silva

Em conversa com um amigo que trabalha no Sebrae/RJ na viabilização de financiamentos para startups cariocas, percebi que este setor está se desenvolvendo a passos largos. Muitas startups estão na área de tecnologia e como todo projeto que tem “maiores pretenções” as startups dependem de recursos, financiamento.

Alguns empresários estão investindo “pesado” em projetos de Startups. Temos exemplos clássicos de empresas que começaram com investimentos de familiares e hoje estão faturando milhões, como a startup de locação de tablets para reuniões, congressos, palestras, treinamentos, evitando que a empresa contratante precise comprar estes equipamentos para seus colaboradores e incorporar ao seu patrimônio, evitando os custos com manutenção, reposição, furto, funcionário para gestão dos ativos e etc…

Na carona do crescimento meteórico das startups, e com isso com crescente demanda por investimento, chegou ao mercado nacional o sistema de crowdfunding, aquele em que você usa a colaboração financeira de outras pessoas, por meio da internet, para dar vida a algum projeto. Este sistema nunca esteve tão popular.

Em uma edição da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, li que a revista Forbes fez um levantamento e identificou que o crowdfunding movimentou cerca de US$ 3 bilhões em 2012 – US$ 10 milhões no Brasil –, e a projeção é que esse valor dobre no ano de 2013.

Nos Estados Unidos já está bastante maduro uma modalidade mais avançada do crowdfunding, o crowdfunding equity que nada mais é do que a busca por colaboração/investimento de outras pessoas, por meio da internet ou não, em troca de parte acionária da empresa nascente.

Enquanto países já exploram bastante o sistema de crowdfunding para também financiar empresas, o Brasil ainda engatinha devido a grande burocracia, entretanto, se analisarmos com calma perceberemos que utilizamos o crowdfunding a bastante tempo, mas não para financiamento de empresas ou startups. Posso citar como exemplo as ações na Internet com o objetivo de arrecadar dinheiro para artistas, campanhas políticas, iniciativas de software livre ou ajuda a regiões atingidas por desastres, Santa Catarina (2008), Nordeste (2010) e Rio de Janeiro (2011). Quem não conhece o Criança e Esperança ou Teleton? São iniciativas de doação para projetos que já saíram do papel.

Porque não financiar projetos que ainda não iniciaram? Com isso estaríamos contribuindo para geração de empregos e distribuição de renda, sem falar no incentivo a inovação, entre outros.

Existem organizações tipo a Anjos do Brasil e Aceleratech, que buscam disponibilizar todas informações necessárias para empreendedores apresentarem seus projetos para investidores e consequentemente viabilizar a arrecadação de investimentos.

Resta saber: quais seriam as melhores alternativas para divulgar o sistema e educar investidores e empreendedores?

Será que essa sociedade colaborativa pega no Brasil?

Para um país com dificuldade para acesso ao crédito – que acaba sendo direcionado para empresas que já saíram do papel e não para ideias e projetos que estão nascendo, não seria nada mal embarcar nessa, não é mesmo?

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Autor

Vinícius Passos Silva é Graduado em Sistemas de Informação com Pós Graduação em Gestão de Projetos e MBA de Gestão em Tecnologia da Informação. Possui 21 anos de atuação no mercado de Tecnologia da Informação tendo atuado em posições de liderança em empresas nacionais e multinacionais dos mais variados segmentos.

Vinicius Passos Silva

Comentários

3 Comments

  • Apesar de termos profissionais tão criativos quanto os norte americanos, acredito que no Brasil vai crescer sim, porém não como nos Estados Unidos. Digo isto não pela diferença entra a visão empreendora deles e a nossa ou a movimentação financeira que é muito alta, mas por uma questão moral/cultural. Faz parte do norte americano dar votos de confiança até que se prove o contrário e quando esta confiança é quebrada é muito difícil reconquista-la. Isto faz parte da história e da vida deles. No Brasil é diferente esta questão moral/cultural e nem é preciso dizer porquê! Talvez meu ponto de vista seja um pouco primitivo ou infantil, mas é um ponto de vista.

    • Anderson, boa tarde!

      Concordo em gênero, número e grau com relação questão cultural.
      É inegável que nos Estados Unidos se valoriza muito mais a inovação.
      A questão que quis levantar com esse artigo é se a sociedade colaborativa tem futuro no Brasil, considerando nosso cenário atual, seja ele de uma cultura que valoriza a confiança e a inovação ou não.
      Vejo com muito bons olhos o incentivo a confiança e a inovação como ferramentas que irão alavancar esse processo de Crowdfunding.
      Talvez essa seja o primeiro passo.

      Abraços,

      Vinícius

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