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Desenrolando o Novelo

publicado por Antonio Grazzia

Outro dia vi uma reportagem com o Armínio Fraga muito interessante. Ele ponderava sobre a distorção econômica que vivemos neste momento: segundo o IBGE, a taxa de desemprego é a menor dos últimos anos, 5,3%, a taxa de crescimento está em 1,53% e a inflação nos últimos meses em 5,3%. Tudo torto. Como pode o pais estar com alta inflação, baixo desemprego e não cresce? Cadê a lógica destes números?

Então vamos pensar um pouco sobre o que causa a distorção. Acredito que o desemprego está em baixa devido ao baixo valor agregado à produção dos trabalhadores empregados. Muita gente trabalhando, mas pouco efetivamente está sendo produzido. Ok entendi, ai o país não cresce mesmo. E a inflação? Talvez falte produção, oferta. Mas acho mesmo que estamos no limite perigoso do volume de impostos cobrados (que é uma verdadeira bagunça de sobreposições, como meus amigos dos ERPs sabem!). A indústria esta enrolada com tudo isso, procurando bons funcionários e não os encontra. Penso que não é somente porque elas não sabem procurar, mas dentro deste contexto nacional, elas não sabem o que precisam mesmo. “Procura-se um gerente de projeto de TI que resolva problemas e trabalhe sob pressão”. Coisas assim demonstram imaturidade de raiz, de empresários sem rumo e sem descanso. Como sobreviver aos números, às tendências voláteis, aos clientes igualmente desorientados.

Esta é uma batalha para a alta gestão. Sair da linha d’água, olhar em uma direção, apontar as armas e perseguir resultados. Não existem mais os heróis, os salvadores, quem tudo saiba e quem tudo resolva. Uma empresa precisa de equipe, gente simples, mas comprometida, aberta ao dialogo e responsável.

A gestão das nossas empresas estão velhas, sucateadas, assoladas por tecnologias, siglas, marcas, modinhas e tudo que construa uma boa aparência.

Outro dia participei de uma reunião geral de TI de uma grande e famosa empresa, com a presença do CIO (não menos famoso no mercado) e uns 15 gerentes. Com seus laptops abertos ignoravam solenemente as mensagens importantes do CIO. Não dava pra ver os rostos de cada um deles. Eu, tiozinho aqui mais safo e velhaco, peguei um caderninho, sentei ao lado do CIO e anotei tudo, olhando nos olhos. Ao final, ainda perguntei se tinha entendido direito. Nosso amigo CIO me confidenciou em off. Por mim, me livrava de todos os totens da reunião. Eu quero gente interessada, olhando para mim, ouvindo o que eu digo.

Ai, podemos voltar aos nossos números. Comportamento corporativo inadequado, que gera produtividade baixa, que gera resultados econômicos ruins, que gera pouca oferta de produtos inovadores, que não faz o crescimento industrial.

Ah, só por curiosidade, dei uma sapiada no que os 15 gerentes estavam fazendo nos seus respectivos laptops durante a reunião: vendo e-mails, facebook, msn, resumo da novela, etc. Neste contexto, temos então uma empresa com baixa interação, motivação e resultados corporativos comprometidos.

Multiplique esta situação por milhares de empresas, milhares de pessoas, e teremos um bando de gente que acorda cedo, vai trabalhar todo dia, acha que dá duro (acredito que sim), volta tarde pra casa, e fica marcando o passo.

Você, que quer crescer na carreira, ser alguém de valor no mercado, obter reconhecimento profissional, obter sucesso financeiro e faz tudo da forma acima descrita sempre, pensa o que? Quer o que? Atitudes constantes geram resultados esperados (não evolutivos).

Proponho inverter: qual resultado eu quero para minha carreira e o que preciso fazer para obtê-los. E assim, sair das estatísticas medianas que nossos indicadores demonstram. Se uma parcela das pessoas se mover do resultado para a atitude, vamos ter um país com índices consistentes, sem vergonha de ser feliz.

Como fazer isso? Bom, esta é uma próxima estória…

Autor

Principal consultor da GRA Consultoria em Projetos: Especializado em gerenciamento de projetos complexos, com certificação PMP Consultor de empresas focado em evolução de maturidade corporativa Com passagens pelas organizações CPqD, SAP, Altran e com 25 anos de experiência em projetos complexos nacionais e internacionais, atualmente é o principal consultor da GRA CONSULTORIA EM PROJETOS. Livre docente no curso de pós-graduação em Gestão de Projetos de Redes do IBTA Paulista, atualmente desenvolve cursos especiais In Company para o desenvolvimento de gerentes modernos. Especializações: Estratégias corporativas, gerenciamento, recuperação e acompanhamento de projetos complexos

Antonio Grazzia

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