Gerência de Projetos

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Mandar ou liderar?

publicado por Marcinéia Oliveira

A escolha da maneira como a liderança será feita depende de muitos fatores, inclusive da situação no momento da demanda e da tarefa a ser executada. Anna Zaharov em seu livro: Coaching – Caminhos para a transformação da carreira e da vida pessoal – diz: “O segundo elemento que deve ser levado em conta na hora de escolher o estilo mais produtivo para liderar a equipe é a maturidade do grupo”.

Para entendermos melhor o que significa e como avaliar o nível maturidade de uma equipe, Anna Zaharov diz: “o nível de maturidade aqui é em relação ao desempenho das tarefas, e não se refere à personalidade. O estado de amadurecimento de um grupo pode ser visto analisando o conhecimento e a experiência que as pessoas da equipe têm em relação à situação, considerando uma escala que vai de alta a nenhuma maturidade para lidar com a circunstância”.

A mesma autora cita alguns exemplos que podem ajudar os líderes a entender melhor como podem avaliar o grau de maturidade da equipe. Ela diz: “Se a situação é nova, por exemplo, a organização vai implementar um sistema de gestão diferente, que as pessoas ainda não conhecem e não dominam – maturidade baixa.”

À medida que a equipe vai se acostumando com o uso do sistema o grau de maturidade aumentará. Anna diz: “à medida que a maturidade do grupo neste assunto for aumentando, ou, seja que as pessoas adquirirem mais conhecimento e experiência para lidar com o novo método, a liderança deve dar maior abertura e estimular mais a participação das pessoas, até que, gradativamente, chegue a um gerenciamento participativo”.

No dia a dia muitas equipes executam atividades rotineiras, neste caso a maturidade é alta, Anna aconselha: “o líder deve requisitar a participação e ouvir os indivíduos para compor decisões sobre problemas e melhorias dessas atividades – gestão participativa”.

Quanto a situações emergenciais, Anna diz: “Se está pegando fogo”, por exemplo, quem está no comando não vai perguntar a seus colaboradores o que eles acham melhor fazer, vai determinar e pronto, pois é preciso firmeza e resolução imediata do problema – gestão diretiva.

Feita a análise do grau de maturidade de um profissional, observadas a habilidade para executar as tarefas que lhe competem, o tempo de experiência na execução destas tarefas e o recebimento de treinamento adequado o líder escolherá o estilo de liderança mais adequado a ser aplicado.

James G. Hunt, John R. Schererborn Jr e Richard N. Osborn no livro “Fundamentos de comportamento organizacional”, publicado no Brasil pela editora Bookman, esclarece uma das teorias de liderança muito utilizada pelos líderes de equipe:
“A teoria da liderança situacional identifica quatro estilos de liderança: delegar, participar, vender e mandar. Cada um deles destaca uma combinação diferente de comportamentos de tarefa e de relacionamento, de acordo com os liderados situados em cada um dos quatro níveis de maturidade.”

  • Mandar tem sido um estilo usado para o profissional que tem uma maturidade baixa, e precisa de melhor direcionamento para que as tarefas sejam concluídas. Neste caso o líder define o comportamento que deseja e ajuda o profissional a cumprir a tarefa.
  • Vender é o estilo mais usado para profissionais com maturidade de média a baixa. Os autores comentam que este tipo de abordagem “envolve a combinação de uma abordagem diretiva, com explicação e reforço a fim de manter o entusiasmo”.
  • Participar é um estilo que terá mais sucesso quando utilizado com os profissionais com alta maturidade. De acordo com os autores, neste estilo “Os liderados capazes, mas não dispostos, precisam de comportamento de apoio e um pouco de direção a fim de aumentar sua motivação; permitindo que eles participem das tomadas de decisão. Este estilo ajuda a aumentar o desejo de desempenhar a tarefa”.
  • Delegar é o estilo mais utilizado para os profissionais com alta maturidade. Os autores afirmam que este estilo “oferece pouco em termos de direção e apoio para a tarefa em questão; permite que os liderado capazes e que têm vontade assumam a responsabilidade do que precisa ser feito”.
  • Vale ressaltar que o líder eficaz precisa reavaliar constantemente as situações e demandas, dando especial atenção às mudanças que surgem no nível de maturidade das pessoas envolvidas no trabalho para adequar-se sempre às situações da melhor maneira possível e obter resultados positivos.

Autor

Marcinéia Oliveira é Consultora de recursos humanos, professora universitária, instrutora e palestrante. Autora do livro Não Atenda Clientes.Atenda Pessoas, editora Brasport (2012).Sócia da Inner Smart Consultoria. Colunista do Jornal Corporativo (www.jornalcorporativo.com.br). Certificada para aplicação do instrumento MBTI (Myers Briggs Type Indicator) no Brasil. Pós-graduada em docência do Ensino Superior pela Universidade Candido Mendes. Especializada em Administração e Gestão de Recursos Humanos, coaching em equipes e desenvolvimento de lideranças. Profissional com mais de dez anos de experiência no desenvolvimento humano, atuando em projetos sociais e culturais. É consultora para desenvolvimento de líderes de equipe para as empresas Oceaneering, Caterpillar, Officilab, entre outras. Já ministrou cursos para profissionais de diversas empresas, tais como Petrobras, BR Distribuidora, Acal, Miriam Veículos S/A, Dataprev, Cruzada do Menor, Fugro Oceansatpeg S.A., Banco do Brasil, Brasil Seguros, Bradesco Seguros, Petroserv, Dataprev etc.

Marcinéia Oliveira

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