O tema desta semana pode até parecer polêmico, mas se consultarmos diversos especialistas no mercado, a resposta será sempre a mesma, planejar é a regra básica da administração. Vou confessar que por diversas vezes em minhas reuniões, sempre planejei para realizar uma negociação. Mas com o passar do tempo, comecei a notar que nestas reuniões houve sempre uma “pitada” de improviso, isso porque durante o processo de apresentação da proposta ou estudo de viabilidade, sempre surgiram possibilidades interessantes que até então não estavam previstas no negócio. Quando duas partes reúnem-se para negociar, é porque ambas estão interessadas em algo, o problema é encontrar o ponto de equilíbrio para que se consiga aquilo que quer, sem ter que ceder mais que o necessário para isso. O improviso neste caso é empregado no sentido de explorar oportunidades que até então não estavam previstas no planejamento inicial, ou seja, sem perder o foco no objetivo principal é possível encontrar “cerejas” ou “complementos” que podem levar sua parceria a um grau mais elevado, com toda certeza isso trará um sabor diferente para o negócio.
O problema é que a cultura do brasileiro é sempre de levar vantagens, é um grande erro sentar-se em uma mesa de negociação achando que se pode levar mais do que ceder. Uma parceira com base no fundamento “ganha-ganha” é muito mais rica, pois seu parceiro não só irá sentir-se confortável pela negociação “justa”, como também irá lhe indicar ao mercado para que outras negociações possam ser realizadas e com isso, novas parcerias poderão ser estabelecidas. Explorando ainda o improviso, é preciso ser sutil e ter cuidado. Não se pode perder o foco, o que é muito comum neste caso. A sugestão aqui é criar um roteiro de perguntas, procure entender os processos que norteiam o seu objetivo, mantenha o mesmo grau de interesse sobre os temas que não estão relacionados diretamente aquilo que ser quer. Exemplo: você esta interessado a base de e-mail´s dos clientes de seu parceiro para realizar um disparo de email-marketing, porém durante o processo de negociação lhe é oferecido o database contendo o número de telefones, com isso poderá ser mais efetivo se oferecer seu produto através de telemarketing ativo.
Veja, claro que aqui o exemplo pode parecer simplório, como realmente é. Isso porque o custo de uma ação para disparo de uma peça de email-marketing é infinitamente mais barato do que realizar uma ação de ativo, porém se notar conseguiu algo melhor e mais efetivo do que se esperava. Essa semana, um grande amigo me confidenciou que participou de uma reunião onde o improviso se sobrepôs ao planejamento. O resultado foi catastrófico, isso porque houve pouco ou nenhum planejamento, e o estudo da viabilidade da parceria ficou 100% com base nas possibilidades que foram surgindo nesta reunião, ou seja, é mais ou menos sentar-se para negociar algo que você não sabe exatamente o que se quer, ficando difícil saber se o “valor” daquilo que o outro quer realmente esta compatível com que esta lhe sendo oferecido com troca.
O resultado disso: ele saiu da reunião com algo que não sabe dizer se é bom ou ruim, pior, fechou a negociação assim mesmo. Aqui vai uma dica: sempre planeje, estude ao máximo as informações da empresa que vai negociar, suas informações de mercado, suas métricas e principalmente, seus principais concorrentes. Estabeleça exatamente seu objetivo, mas esteja aberto para o improviso, escute mais, explore e questione. Vai notar com toda certeza, que poderá conseguir um “plus” na negociação e que todos poderão sair dali, com o sentimento de que o negócio foi muito bem fechado e com um sabor todo especial!!! Boa semana a todos!!!
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