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Sim, há vaga não

publicado por Davambe

Ela consigo pensava, enquanto caminhava: Como doce é a tua voz, na sua sombra pude descansar, a esconder-me daquele sol que parecia do deserto do calahari, a castigar tudo abaixo, menos aquele que tivesse uma sombra generosa como aquela. Foi debaixo daquele sol que prestou atenção de como a sua companheira manipulava a voz, adocicando com toda a suavidade dos céus. Enquanto escutava pensava como a natureza foi demais sábia com todos. Aquela maneira de se expressar não era de uma ave original, a doçura da sua voz que parecia artificial, era de certa forma a contemplação de toda essa miscigenação cultural. Foi esse encontro de várias culturas que modificou seu jeito, sua maneira, tornando-o único, plenipotenciário e soberano. Nessa floresta era tudo estranho, apenas o Elefante Cinzano sabia como as coisas ali funcionavam. As duas aves continuavam a caminhar a esmo. A Codorna que buscava saber da oportunidade, não perdia a chance para perguntar e o Avestruz prontamente respondia:

“Sim, há vaga não”, assim ela respondeu apontando o biquinho para a palhota que estava trancada havia uma semana. Lá ficava o chefe cheio de manias, falares violentos e quase sem entendimento, chegava antes do dia amadurecer e saia com o piar da coruja. Esse chefe chamava a todos de Zé. Era Zé pra lá e Zé pra cá. A maneira como ele tratava seus subordinados desagradava a todos da floresta, afinal tinham nomes que encantavam quando pronunciados, mas o chefe ignorava, gerando descontentamento.

Naquela semana, ninguém sabia se o chefe estava na palhota. Também, quem queria saber? Nem em espiar ninguém quis. Foi então que quando perguntado, o Avestruz não hesitou em apontar o biquinho, afirmando e negando. Mas a Codorna que vinha de outra floresta ficou sem saber qual era a resposta:

“Há vaga ou não há vaga?” Insistiu ansiosa, com pouco fôlego.

“Sim, há vaga não.”, repetiu o Avestruz, mas a Codorna não desistiu.

“Diga lá camarada, afinal há ou não há vaga?”

Enquanto o sol tentava se esconder na terra do Elefante, onde o Leão era chefe. A Codorna e o Avestruz seguiram animados para lugar nenhum. Era ali a terra da labuta. Sim, Vaga havia não.

Autor

Consultor de TI, com mais de 25 anos de experiência, Escritor. Autor de "O Segredo da Felismina", "Tanto Lá Quanto Cá" e "A Sereia de Tupa". Email: geraldo.nhalungo@davambe.com.br www.davambe.com.br

Davambe

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