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Qual o próximo papel do CIO na era do BYOD, cloud e mídias sociais?

publicado por Marcelo Martins

É muito comum encontrar nas organizações executivos de TI que não são vindos da área de tecnologia. Há muitos casos em que o CIO é proveniente da área mas, em sua maioria, não responde diretamente ao CEO ou ao menos tem participação ativa do board executivo. A verdade é que muitas empresas ainda tem forte desconfiança de que profissionais de TI possam assumir um papel de liderança empresarial e subestimam seus CIOs.

Em pesquisa publicada este ano pelo Gartner e que foi realizada com 200 CEOs de empresas com faturamento superior a US$500 milhões, considera os CIOs como “especialistas itinerantes” e que estes profissionais precisam redesenhar o modo como desenvolvem seus papéis na estratégia e na inovação do negócio. Ainda segundo o Gartner, a medida que a era da informação avança e novas tecnologias vão surgindo, o risco de ter uma visão estreita a respeito das novas formas de inteligência digital está crescendo e portanto, o novo CIO precisa de desenvolvimento, mentoring e direcionamento a metas empresariais.

O fato é que existe uma grande diferença entre compreender a tecnologia de forma intelectual e de conhecer de forma empírica, ou seja, ter experiência no assunto. Se o profissional já experimentou determinada tecnologia, sabe quais são os fatores complicadores, facilitadores os riscos envolvidos na implementação. A grande questão está relacionada a quanto o CIO do futuro precisa ter de compreensão de detalhes do funcionamento da tecnologia existente pois os novos gestores de TI precisam ser mais versados em dilemas de negócios. Ajudar o negócio a entender melhor a lucratividade de um determinado produto ou eliminar um passo desnecessário da área de Logística via automação, são exemplos de preocupações que esse personagem precisa ter para que consiga transformar as soluções existentes de tecnologia em soluções para o negócio, e consequentemente melhorando os resultados. O novo CIO deve mudar seu foco de atenção da busca pela eficiência e redução de custos para ser um agente da inovação, alavancando experimentações, interagindo cada vez mais com as áreas de negócio e atento às novas tendências.

É evidente que o perfil de profissional para liderar a TI vai depender muito do tamanho da organização e o nível de dependência tecnológica que a indústria necessita. Em uma pequena organização é normal que o profissional seja muito mais operacional. Já em empresas de grande porte, espera-se que o executivo de TI tenha muito mais visão e integração ao board e às metas da organização, pois neste caso, as empresas procuram alguém que possa fazer outras coisas além de administrar o ambiente de TI. Portanto, este profissional precisa aptidão para identificar e classificar os objetivos estratégicos do negócio e transformá-los em resultados através do uso de recursos de TI.

Há quem diga que num futuro não muito distante o CIO não será mais necessário, pois a TI está caminhando para mais simplicidade e portanto não haverá necessidade de um profissional específico para gerenciá-la. Com as soluções de outsourcing, cloud computing – onde os serviços de TI podem ser contratados sob demanda e sem a necessidade de investimentos em ativos – os mais céticos acreditam que não será necessário ser especialista para se contratar estes serviços.

“No longo prazo, é improvável que o departamento de TI continue existindo, pelo menos da maneira como é hoje. Haverá muito pouco a fazer, uma vez que o grosso do processamento dos negócios sairá dos data centers privados e irá para dentro da nuvem. Unidades de negócio e até os próprios funcionários serão capazes de controlar o processamento das informações, sem precisar de uma legião de técnicos especialistas.”

Essa previsão apocalíptica para a área de TI foi dada por Nicholas Carr, editor da Harvard Business Review, em seu último livro A Grande Mudança – Religando o Mundo de Edson a Google. Particularmente não creio que esta previsão se concretize, apesar de todas as facilidades que as novas soluções fornecem e ainda sim haverá necessidade de um departamento de TI….talvez não com esse nome e muito provavelmente gerenciada por profissionais com perfis diferentes do que temos hoje….mais voltados para gerenciamento de contratos.

Autor

Especialista em Gerenciamento de Projetos formado em Sistemas de Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Regional de Blumenau com MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Possui certificações ITIL Expert, ISO 20.000, CobIT e PMP (Project Management Professional) do Project Management Institute desde 2008. Atualmente é Gerente na área de Technology Advisory da Deloitte Touche Tomatsu . É professor de MBA na FIAP e Universidade São Judas Tadeu (SP). Foi Vice Presidente de Administração e Finanças do PMI de Santa Catarina (gestão 2010-2011). Email: marcelo.cmartins@yahoo.com.br Twitter: @marcelocmartins Linkedin: http://br.linkedin.com/in/mcarvalhom

Marcelo Martins

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