Desenvolvimento

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Custo efetivo da falta de qualidade

publicado por Leonardo Marteleto

Há algum tempo venho dizendo que qualquer pessoa que nunca passou pela cadeira dá área de Ti se alto intitula: Programador, Analista e Arquiteto. Acredito que esse último é mais um status do que capacidade de realização, bem não vou discutir isso aqui. Sem discriminação ou preconceito, mas o que mais vejo nessa estrada é um pouco de descaso com a qualidade em detrimento do marketing.

Falando em estrada, e a computação nada mais é que a resolução virtual de um problema real pode-se comparar programas de computadores às rodovias estaduais e federais. Uma boa rodovia é aquela onde é definido o tipo de solo a fim de se preparar o mesmo para que, por exemplo, passe o asfalto, a região onde será construída a rodovia, medição e identificação através de curva de nível onde será tirado ou depositado mais material (solo) para nivelamento, diminuição do trajeto e custo da obra. Disponibilização de maquinário apropriado e muitos outros fatores para o sucesso dessa obra. Mas tudo isso e bem antes foi definido a equipe qualificada para o correto desenvolvimento do projeto: Engenheiros: que não se resume em um único engenheiro civil, técnicos de estrada, laboratoristas que efetuam diversos testes antes, durante e algumas vezes depois da estrada pronta, gerentes do projeto e outros.

E o que fazer quando não se encontra profissionais qualificados para execução dessa tarefa? Subcontrata uma empresa com profissionais qualificados para essa tarefa ou treina a equipe ou simplesmente executa com o que se tem.

O caso acima nada mais é que uma construção de rodovia, mas se analisarmos bem e compararmos com nosso cotidiano, podemos identificar com a construção de software que fazemos todos os dias. Vamos pelo caso de sucesso.

A empresa contratada tem uma equipe qualificada, treinada e com vasta experiência na empreitada. Qual o produto que irão entregar? Uma rodovia plana, segura, confiável onde os carros poderão realmente exercer a velocidade máxima estipulada pela legislação de transito corrente, possibilidades de duplicação sem ter que destruir tudo para duplicar, etc. Isso tudo seria uma maravilha, mas como isso algumas vezes não é realidade o que vemos? Estradas que ao passar o tempo cheias de buracos devido a carga excessiva de carros e caminhões que todos os dias passam por elas, asfaltificação não adequada ao tipo de solo ou mesmo não compactado para receber tal carga, diversas emendas por causa de reformas ou passagem de tubulação tanto energia quanto dutos de gás. Nesse caso o mais correto seria a reconstrução de um trecho da estrada pois não existe emendas no asfalto e muitos outros problemas que vemos no dia a dia. E qual a solução se dá a esses problemas? Uma delas é a operação tampa buracos, logo já sabemos o que vai ocorrer daqui alguns tempos que esses buracos que foram superficialmente tampados.

Agora voltando a computação, em um caso de sucesso de projeto, temos produtos confiáveis, performáticos, completos, robustos, seguros, de fácil manutenção, que quase nunca é gerado incidentes, problemas e seus releases são de evoluções. Esses tipos de projetos com certeza foram rentáveis aos seus idealizados: Contratante e Contratada. Mas o que na maioria das vezes vemos? Produtos mal acabados, de péssima qualidade, problemas de disponibilidades, não rastreáveis, baixo desempenho, e o pior: índice alto de incidentes, recorrentes, problemas, mudanças, cobranças internas e externas, especialistas em trecho de código, desmotivações, stress.

O desfecho dessas construções se dá a capacidade de realização de cada profissional na retirada e preparação do solo na peneira ou refino dos casos de usos, na capacitação da equipe ou a busca do alto conhecimento em fontes confiáveis. Mas o grande problema de não seguir um padrão é o custo excessivo na construção e em seguida na sustentação do mesmo. O não investimento em qualificação profissional acarreta iterações não findadas de projetos de TI e sempre voltando ao custo de manter pessoas e software. Mas aos caros da área, o que vai sobrar é a experiência, como já dizia a máxima: “conhecimento nunca é demais”. Se você participar de projetos que sempre tem final feliz, esse será o seu melhor marketing, e isso só se consegue através de vivencia, estudo e a capacidade de aprender com o erros.

Até a próxima.

Autor

Arquiteto de Software atuando no mercado de Ti a mais de 10 anos, atuando em segmentos de mercado como: Saúde, Governo, Telecom, Finanças e Industria, líder de equipe para projetos de alta complexidade, distribuído e que necessitam alta disponibilidade.

Leonardo Marteleto

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