Gerência de Projetos

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EA no Oracle e Lição para TI

publicado por Davambe

Durante sete meses, manteve segredo sobre o seu projeto. Tinha uma demanda extremamente importante, afinal era um projeto intercontinental, envolvia CPLP ( Comunidade de Países de Língua Portuguesa).

– Que projeto é esse que esse gajo está a desenvolver? Perguntou o Elefante

– Ah, só ele sabe, disse o cágado.

– Acho que esse gajo está a desenvolver um repositório centralizado, baseado em banco de dados.

Surpreendentemente a Gazela apareceu muito entusiasmada, como sempre para anunciar: “Ouvi dizer que aquele Leopardo está desenvolvendo um projeto que envolve a criação de um repositório de artefatos do EA, Enterprise Architect no Oracle. O gajo já criou o banco de dados e transferiu o primeiro projeto e…“

– Já sei: Certamente usou XML para importar e exportar projetos, concluiu o Cágado

– Que moleza! Exclamou o Elefante.

O Leopardo era de pouca conversa. Não estava nem aí para os comentários dos colegas. Aumentando cada vez mais a curiosidade sobre o seu projeto. Não se importava com burburinhos dos colegas. Ele viajava sempre entre a comunidade de países de Língua Portuguesa. O projeto envolvia Angola, Timor-Leste, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe.

– Sabe duma? Perguntou o Cágado

– Acho que o Leopardo vai se danar. O módulo de segurança integrada do Windows para autenticação de usuários só funciona no SQL Server. Para Oracle é absolutamente necessária a aquisição do módulo específico junto ao fornecedor.

– Não me diga. Isso é bom demais, disse o Elefante cinzano.

– Não quero nem saber: “I am not familiar with connection to Oracle databases using Windows Authentication. Setting up Windows Authentication to access an Oracle database appears to be a job for an Oracle DBA.”

– Ih! Não necessariamente. Se tivesse me perguntado. Já fiz isso, é fácil.

Mas ninguém sabia qual era de fato o projeto do Leopardo. Ele continuava com suas viagens e pouco diálogo, até o dia em que devia implantar. O projeto foi desenvolvido na terra dos cangurus. Não havia quem não estivesse ansioso.

– O quê? Perguntou o Rinoceronte que passava próximo, sem muito interesse.

– Projeto de incentivo à agricultura em países da CPLP?

– Eh! Não era nada de Enterprise Architect no Oracle?

Pois, é. O gajo estava preocupado em contemplar todo o tipo de programas agrícolas. Queria certificar-se de que nenhum empreendimento agrícola ficasse sem financiamento por questões de variações lingüísticas.

– Rabo da bicha, diria um falante de português não brasileiro, disse o sábio Cágado.

– Ah, no Brasil seria: fim da fila.

O Leopardo passou alguns meses a andar de um lado a outro, catalogando as expressões regionais, para evitar surpresas na seleção de projetos. A primeira gota de água e teste do projeto não foi em Moçambique, nem em Portugal, mas foi no Brasil, quando alguém procurou financiamento para melhorar a qualidade de aipim. O Sistema estava preparado para isso. Não havia financiamento para aipim, nem macaxeira. Havia financiamento apenas para mandioca.

O Leão furioso, nada falou. Levou as mãos ao rosto num gesto desesperador.

Autor

Consultor de TI, com mais de 25 anos de experiência, Escritor. Autor de "O Segredo da Felismina", "Tanto Lá Quanto Cá" e "A Sereia de Tupa". Email: geraldo.nhalungo@davambe.com.br www.davambe.com.br

Davambe

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