Carreira

Ξ 3 comentários

A dificuldade do gestor em achar um profissional comprometido com seu trabalho

publicado por Luiz Eduardo Improta

Primeiramente gostaria de informar uma das definições (que se encaixa perfeitamente) de comprometimento: ”Empenho”. Uma palavra que significa muito para nós profissionais de TI (e porque não dizer para todas as áreas profissionais). Só que ela, esta pequena palavra, é o limite entre o profissional que quer vencer e o que não quer.

Só que confesso que não consigo entender a postura do segundo, uma vez que trabalhar, envelhecer para nada não tem sentido. Tem ambição demais destrói o homem, mas também não ter faz o mesmo efeito. Eu acredito que em muitos casos não há maldade, mas que a pessoa já tem isso no DNA, pois cresceu assim vendo pessoas sem comprometimento trabalharem e pensam que é correto. Na verdade isso eu considero como uma “praga”. O que acontece quando coloca um tomate podre no meio de 10 bons, aos poucos os outros se contaminam e brevemente os 10 estarão ruins.

O mercado não tem mais espaço para este tipo de profissional. E o que alimenta este tipo é a impunidade. Mas todos começam bem. Quer ver como estou certo? Pense em uma pessoa em seu trabalho que não é comprometida com o que faz e nem com ninguém. Pergunte ao RH o que ele disse quando chegou à primeira entrevista. Ele disse que era  movido a desafios, não olhava para as dificuldades e por fim era comprometido, se tinha de fazer algo só descansava quando terminava e coisas assim. Depois que entra, passa 90 dias (tempo de experiência), conhecem as pessoas, ele muda de tal maneira que não acreditamos que é a mesma pessoa: a da entrevista e a atual.

E o gestor, onde fica nesta história? Quase sempre em uma sinuca de bico. Pois muitas vezes a pessoa e o profissional são bem diferentes apesar de estarem em um mesmo corpo. E  neste momento a sensibilidade da gestão torna-se essencial para resolver este conflito. Não pense que é fácil. Atualmente é difícil encontrar um profissional no mercado com determinados perfis e que obrigam as empresas a manterem, ainda que contra vontade, profissionais descomprometidos. Pelo menos até encontrarem outro com o mesmo perfil.

Agora uma boa pergunta: qual seria a causa da falta de comprometimento? Não devemos confundir profissional desmotivado com descomprometido. Pode até parecer igual, mas não é. Quando o profissional está desmotivado é fácil a gestão motivá-lo, basta querer. Porém já se sabe que nem tudo é motivado a salário, mas ao reconhecimento. E o descomprometimento? A única explicação plausível seria a empresa não honrar seus compromissos com o profissional, isto é, atraso de salário, corte de benefícios que existiam e falta de qualidade de vida. Mas a empresa que cumpre suas obrigações e o profissional mesmo assim insiste em ser descomprometido, não vejo outra saída a não ser a “demissão”. Ressalto que cabe antes de chegar a este ponto, a gestão alertá-lo através de avaliações periódicas de seu desempenho na empresa, apontando seus pontos de melhorias e ajudá-lo a mudar seu comportamento. Também acredito que devemos dar chances para que todos possam melhorar. Ninguém é tão ruim que não possa melhorar e tão bom que também não possa melhorar, basta querer.

E por fim, gostaria de convidar você leitor a fazer uma reflexão sobre a sua vida profissional: você tem se empenhado em seu trabalho para ter aquele tão sonhado reconhecimento, quer seja financeiro ou não? Sei que há exceções e apesar de que sonhar não custar nada é melhor ter os pés no chão, pelo menos na vida profissional. Ainda mais se você não nasceu em “berço de ouro” como eu. É tudo suado, mas o gosto da vitória é maravilhoso, tanto as pequenas como as grandes.

Vale a pena ser um profissional comprometido.

Autor

Sou profissional com mais de 30 anos de experiência desenvolvida em empresas do setor "outsourcing" em TI e Segurança da Informação. Com 2 Pós graduações e 1 MBA na área de TI e diversas Certificações em Segurança e Tecnologia da Informação, dentre elas: COBIT 4.1, ITIL v2 e v3, ISO27002, CCSA/CCSE, experiência na área comercial, Coach de líderes e analista comportamental C-VAT. Meu link no "linkedIn": http://br.linkedin.com/in/limprota007

Luiz Eduardo Improta

Comentários

3 Comments

  • É uma coisa um tanto complexa, mas creio que os imediatismos também se encaixam neste tema. A sociedade busca soluções imediatas, a todo custo, o tempo todo. Aliado a educação (falta de), estamos entre as sociedades mais estressadas do mundo. Os gestores, por sua vez, e em muitos casos, são preparados feito capatazes (aqueles de Waldez Ludwig). Preocupam-se exclusivamente no exercício do poder e com o prestígio umbilical. Não sabem sequer o que acontece com seus funcionários, se a distância da mesa deles é maior que 2 metros. Imagine então se passa da porta da sala deles, uma fortaleza feito a cidade proibida. Estes gestores sentem-se traídos quando o funcionário vai “embora”, mas sequer sabem as verdadeiras razões. Finalmente creio que nossa sociedade tem muito para evoluir e o que acontece dentro é reflexo do que acontece fora!

  • O Ronald fez um bom comentário. Tenho 20 anos de experiência e, nesses últimos anos, tenho notado que muitos profissionais entram nos projetos com pique todo, mas com o passar do tempo vão “murchando”, o que as vezes é confundido com falta de comprometimento, ou empenho. Na maioria das vezes esse problema está relacionado mais a condições de trabalho do que a remuneração. Eu, pessoalmente, acredito que os prazos cada vez mais apertados com um nível de exigência cada vez maior, está contribuindo muito com isso. Vejam bem, quantos de nós já nos vimos em projetos com prazos impossíveis de serem cumpridos e sermos cobrados como se dependesse de nós o sucesso do projeto? Acho que estamos passando por um processo de amadurecimento e que no futuro o cenário irá melhorar.

  • Sabe, possuo três anos de experiência na área de TI, tenho pique, vontade, e busco informações que muitas vezes não tenho. Desde que entre nesta empresa, sou o mesmo profissional. Lhes digo que minha desmotivação, vem mutias vezes do próprio responsável pela equipe de TI, pois tem pensamento negativo, e ainda por cima, não possui nenhuma formação para ser responsável pela TI, o que gera muitos conflitos, e erros em toda empresa, mas a diretoria parece não ver… Eu acredito que em futuro próximo eles irão sentir estes erros muito mais do que agora, pois a empresa esta crescendo e muito. A minha questão é; o que eu como funcionário posso fazer para melhorar minhas desmotivações momentâneas, se tenho um “chefe”, pois não considero ele um líder, que é ruim em muitos aspectos?

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes