Gerência de Projetos

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Gerência de Projetos: Mão na Massa!

publicado por Israel Bovolini Jr

Quero crer que a maioria dos leitores daqui conheça a história do ovo de Colombo. Pode ser uma lenda histórica, mas conta-se que ao retornar da América, Cristóvão Colombo foi convidado para um banquete em sua homenagem, e como seria natural, foi-lhe designado o lugar de honra. Transcorrido o banquete, àquela hora em que o tédio baixa na mesa, os outros participantes começaram a discutir menosprezando a descoberta do homenageado, dizendo que era fácil pegar um navio e direcioná-lo para o poente, que talvez a descoberta de um novo continente (sem contar a quebra de paradigma de que a Terra não seria chata, e sim redonda) não seria grande coisa, mas simples fruto do acaso. Colombo respondeu pegando um ovo cru e desafiando os convivas a colocá-lo de pé. Evidentemente todos tentaram, mas nenhum conseguiu. Colombo pegou o ovo, deu uma batida fraca com ele na mesa, o suficiente para deixar o fundo do ovo plano, sem quebrá-lo, e este permaneceu de pé. “Assim é fácil”, disseram os convidados. Colombo respondeu: “Realmente é fácil, mas só depois que eu o fiz”.

Uma outra lenda histórica: sabe-se que na Grécia Antiga os Jogos Olímpicos eram o maior evento da época, a ponto de, se uma guerra estivesse ocorrendo no tempo dos Jogos, esta ser interrompida e depois retomada após o término dos mesmos. Sabe-se também que as cidades de Atenas e Esparta (ela de novo!) eram rivais em tudo. Os atenienses tinham a fama de cerebrais, éticos, filosóficos, intelectuais. Os espartanos eram os guerreiros brutos – e burros -, que viviam para a ação. Conta-se que durante os Jogos Olímpicos as arquibancadas de um ginásio estavam lotadas, de um lado atenienses e do outro espartanos, quando surge um idoso ATENIENSE procurando lugar. Foi para o lado de Atenas, e ninguém lhe cedeu o lugar. Ao perceberem isso, os espartanos chamaram o idoso e lhe deram o melhor lugar de que dispunham. Os atenienses aplaudiram a atitude honrada dos espartanos, ao que estes retrucam: “Sabem, mas não praticam”.

A palavra-chave destes dois casos é uma só: FAZER.

Quantas vezes já ouvimos a frase “O ótimo é inimigo do bom”? Quando alguém nos pede para executar um projeto, a pessoa está carregada de expectativas, de anseios, de – talvez – traumas de infância, do tipo “fui desmamado muito cedo”, e não quer saber de preciosismo, quer o trabalho EXECUTADO. Já vi muitas vezes excelentes profissionais se perderem nos mais fascinantes aspectos da metodologia da moda, e enquanto isso o cronograma já se foi faz tempo. E aí toca inventar desculpas, virar noites, arrancar os cabelos, e em última instância perder o cliente. Todo bom profissional de TI gosta de ir a fundo nos assuntos de sua área, mas às vezes o excesso de formalidade atrapalha. Já trabalhei com um diretor de TI que gostava de usar a frase “nunca deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã”, e isso infelizmente é uma realidade em nosso meio. A probabilidade de sucesso de um projeto está diretamente ligada à importância que se dá a execução dos objetivos.

Como eu já disse em outro artigo, a fase de planejamento é de longe a mais importante de um projeto, mas de que adianta planejar e não executar? Conhecimento sem aplicação é somente curiosidade, não leva a nada de concreto. E pode apostar que o cliente não vai comprar suas idéias, e sim o que você entregar.

Meu conselho é: FAÇA. Não deixe NUNCA de planejar, mas não pare nos planos, e não perca muito o seu tempo em executar todas as 2543 regras da metodologia escolhida. Usados com parcimônia, a intuição e o feeling podem garantir o sucesso do seu projeto, DESDE QUE você se proponha a executá-lo, e garantir que os envolvidos estejam realmente comprometidos, não somente reencaminhando e-mails de cobrança e se esquivando da culpa. No final das contas, não dá pra esperar que a metodologia ou o seu certificado pensem por você, ou que façam as coisas por você; tudo vai se resumir a botar a mão na massa, e não há nada de errado ou desonroso nisso. Lembre-se de que gol de barriga também vale.

Autor

Trabalho na área de tecnologia há 12 anos, tendo sempre um perfil generalista, atuando desde o levantamento de requisitos, passando por análise de sistemas, desenvolvimento, implantação e fazendo acompanhamento pós-venda. Atualmente me dedico à liderança e coordenação de equipes de desenvolvimento, procurando sempre extrair o máximo de cada um e aplicando seus talentos para que todos saiam satisfeitos. Acredito que não exista um profissional cujos talentos não possam ser aproveitados em algum aspecto de um projeto, basta saber estimulá-lo a isso. LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/ibovolini

Israel Bovolini Jr

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