BI

Ξ 16 comentários

O papel do BI na Gestão Estratégica Empresarial. E a Gestão?

publicado por Gideão Nery

Esse artigo leva em seu conteúdo partes de posts lançados por mim nos fóruns do LinkedIn.

Nós, da área de TI e Negócios sabemos claramente que o BI tem crescido de forma considerável no meio corporativo. O Gartner Group indicou no início desse ano de 2011 que a área de BI terá um aumento de 9,7%. Algo bem relevante ao ver os registros ano a ano desse ambiente e como os investimentos em BI tem crescido no Brasil.

No entanto, em virtude do BI ter esse crescimento e ainda caminhando para algumas evoluções como o BA Business Analytics, como será que as organizações têm lidado com essa forma de gestão? Será que os CEOs e CIOs estão com maturidade suficiente para gerir suas informações e tomar decisões assertivas e se sustentarem no mercado globalizado, onde a competitividade é voraz?

Vamos avaliar primeiro qual o papel do BI dentro de uma organização, e depois fazer uma análise se esse papel é respondido à altura pelos gestores…

Primeiramente, o BI Corporativo no ambiente organizacional deve ter sua base conceitual formada pela Estratégia ou Planejamento Estratégico Empresarial, alicerçado na direção dos objetivos a serem alcançados. O BI dentro de uma organização fornece aos gestores cenários contendo métricas que possam sinalizar como a empresa está sendo conduzida e como a sua estratégia está sendo cumprida.

Muitos confundem e acham que o BI é apenas a “ferramenta” com a qual se usa para analisar as informações. Mero engano…

Acho que vou chover no molhado, mas… “BI é toda e qualquer ação, partindo de análises de informações, que possam produzir conhecimento para tomada de decisão.” By Gideão Nery (rs)

BI Business Intelligence é um conceito, que, inclusive, foi criado pelo Gartner Group citado no início.

Uma ilustração boba, simples, porém objetiva que gosto de usar é a seguinte: Pense numa situação onde você está numa loja e quer comprar algum produto (universo de dados DW Datawarehouse) que previamente você já tem em mente (estratégia). Você define parâmetros (regras de negócio) de análise do produto antes da compra (nesse caso, compra = tomada de decisão). Após analisar suas características como, validade, preço, qualidade, custo x benefício, praticidade, etc. (dimensões e métricas) você
escolhe levar o produto (ação determinada pela análise).
Veja que não se usou nenhum artefato, ou ferramenta, para sua escolha, apenas análise dos fatores e informações relevantes para sua decisão.

No ambiente corporativo usamos os KPIs (Key Perfomance Indicator) para sinalizar que aquela informação está nos direcionando para uma determinada ação a ser tomada.
Com a utilização de BSC Balanced Socorecard pode-se medir e monitorar os indicadores, mas este assunto será outro artigo que darei foco em outra ocasião.
Evidentemente, conhecer o seu Workflow e suas interferências são de suma importância para que as informações sejam confiáveis e tenham um ganho satisfatório na tomada de decisão.
Os processos precisam estar bem desenhados e as bases transacionais precisam estar o mais pura possível e de preferência com padrões estabelecidos (alguns casos usa-se Data Mining), e manter uma política de monitoramento dessas bases. Aí entra o papel da TI como suporte ao negócio.
A utilização de “ferramentas” para “gerir” o BI é onde estão agrupadas técnicas de leitura e análises das informações que relatórios simples de sistemas legados não fazem, como Slice, Dice, Drill Down, Drill Up, Cubos OLAP, etc. são várias funcionalidades que as ferramentas possuem para auxiliar na gestão da informação.

Tendo esse princípio, esse é o papel do BI numa organização, de fornecer aos gestores informações onde se podem tomar decisões assertivas para alcançar os objetivos da Estratégia Empresarial ou numa visão departamental quando o BI atende apenas uma determinada área da empresa.

Agora, vamos analisar como a gestão da empresa lida com esse conceito e tecnologia, e como
os gestores devem enxergar o BI…

Se tivermos um olhar no prisma dos conceitos elaborados pelo Gartner Group, penso que teríamos então, em termos percentuais, o BI composto por 80% Gestão e 20% Tecnologia, considerando a TI como suporte para o BI, que irá fornecer o ambiente propício para esse fim. Essa relação percentual não pode ser invertida. Vamos analisar…

Se BI está “linkado” à estratégia empresarial, ou a um modelo de negócio departamental, então as definições de visões e métricas do que se deseja enxergar no BI deve ter o modelo Top-Down. A participação da alta direção (ou stakeholders) é fundamental para que o BI tenha seu papel desempenhado na organização.

Primeiramente, as empresas precisam estar “culturalmente” habilitadas para isso. Mudanças de paradigmas são sempre traumáticas, porém necessárias. Já dizia um grande amigo meu…

Infelizmente são poucos gestores que conseguem visualizar o que BI representa dentro da organização. Principalmente quando o gestor enxerga o BI “apenas” como tecnologia (ferramenta) e não como parte do seu Core Business. A miopia da alta gestão diante dos benefícios do BI cria um sentimento de investimentos desnecessários em TI, tratando como despesa o que deveria ser tratado como parte da estratégia e de conhecimento das informações produzidas pelos seus sistemas.

Essa sinergia entre a TI e o Negócio é que precisa ser entendida pelos gestores. Aliás, não se pode mais pensar em alinhar TI ao Negócio, TI já é parte do Negócio.

Para que o BI seja um sucesso e contribua para a Gestão efetivamente, uma vez que isso esteja consolidado na empresa, a cultura e maturidade se fazem através dessa percepção, sendo integrado ao Planejamento Estratégico, que conduz a empresa no rumo que ela quer trilhar ao modelo Top-Down. Usar da metodologia PDCA também é útil e agrega valor à inteligência do negócio.

Percebam também que, BI como “conceito” tem em sua composição o fator de análise e tomada de decisão que só o “humano” irá ter capacidade de fazer, com base em fontes de informações organizadas e com métricas bem definidas. Com a informação na mão, em tempo hábil e com qualidade dos dados, cabe aos gestores à responsabilidade de tomar a decisão perante o cenário encontrado.

Portanto, se os gestores, a alta direção não estiver envolvida nesse contexto, o BI não terá sucesso, e muito menos a empresa terá sua estratégia consolidada. Esse deve ser o papel da Gestão.

Abraços.
E até o próximo artigo…

Autor

Profissional da área de TI há mais de 12 anos. Formado em Sistemas de Informação com MBA Gestão Estratégica de Empresas,, atua em projetos de BI Business Intelligence a mais de 10 anos como Consultor. Especialista em Planejamento e execução de projetos de Gestão da Informação dentro das organizações, já participou de projetos de médio e grande porte em empresas localizadas na região metropolitana de Belo Horizonte MG de vários segmentos de mercado. Focado em resultados e nas melhores práticas na qualidade das informações das empresas para tomada de decisão. Linkedin: https://www.linkedin.com/in/gideaonery Todos os artigos escritos por Gideão Nery no portal TI Especialistas são baseados em estudos de mercado, cases e experiências adquiridas.

Gideão Nery

Comentários

16 Comments

  • Parabéns pelo texto…

    • Obrigado José Geraldo.
      Abraços.

  • Gideão
    Vc foi fundo homem.
    Competição voraz e visão assertiva.
    Será que nossos atuais CEOs e CIOs conquistarão este nível de maturidade? Tomara.
    Revolução branca neles.
    Vamos tornar o mundo mais lucrativo, sem fazer nossos filhos menos felizes.

    • É isso aí Ivan… telepatizou! rs
      Abraços.

      Gideão.

  • Gideão, eu concordo com sua linha de raciocínio. principalmente se CxO’s terão maturidade suficiente para entender como parte da estratégia o BI e não como investimento duvidoso. Eu prego (não sei em qual deserto) há alguns anos que TI já teve seu tempo de alinhar-se ao negócio. Agora é tempo de TI posicionar-se como a principal ferramenta de apoio do negócio. E o negócio deve parar de duvidar de TI quanto ao seu temperamento ou capacidade de dar-lhe as condições necessárias para atuação em conjunto.

    Tenho dito.

    Abraços

    EDSON PEREIRA DA SILVA
    IT Executive & Coach

    • Edson,

      O caminho é esse mesmo. TI é Negócio. Devemos ser pragmáticos nesse sentido e fazer com que os gestores enxerguem esse nível de integração.
      Obrigado pelo seu comentário.
      Abraços.

      Gideão.

  • Gideão, parabéns pelo artigo!

    O interessante de tudo isto, é que o universo de aplicação do Business Intelligence é tão amplo que quase não acreditamos no ceticismo de alguns gestores em associar a TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) a apenas os computadores e à rede de uma empresa e pronto, mais nada! Certamente estão com os dias contados.

    Abraços,

    Lourival Oliveira
    Especialista em Business Intelligence

  • Gideão,
    realmente muito valioso e oportuno o seu artigo, dentro da realidade brasileira, onde os investimentos em TI muitas vezes são vistos meramente como custos.
    Assim como você menciona “chover no molhado”, eu também o faço em muitas ocasiões, frisando principalmente que as informações apresentadas pelos softwares de BI perdem valor se não forem usadas para alguma ação. Como difusor da cultura de uso de instrumentos formais de apoio a decisão nas organizações e vendedor de uma ferramenta de BI (www.bxbmaster.com.br) para gestores de PMEs, eu também vivo enfatizando o papel da Gestão.

    • Leonardo,

      Obrigado pelos seus comentários. Isso é realmente salutar. O Brasil, em termos gerais ainda está um pouco atrás de outros países nesse contexto. Embora vejo que os investimentos estão crescendo gradativamente, parece que o fator analítico e os “processos mentais” (chamo de capacidade de tomar a decisão assertiva) não estão acompanhando esse rítimo. Briga-se muito por ter as informações, mas no final fica no nível “operacional”.
      A propósito, dei uma “navegada” no seu site e achei bem interessante a sua solução.
      Desejo ainda mais sucesso.
      Ânimo meu caro, temos que continuar fomentando…
      Abraços,

      Gideão.

  • Excelente artigo. Compartilho com as ideias e com 8 anos de atuação em BI, em empresas de grande estrutura e altos processos burocráticos, posso afirmar que sem o apoio da Alta Gestão, jamais teremos um BI eficiente.

    BI não é simplesmente produto de vitrine para a empresa demonstrar, mas sim, conceitos aliados à prática, que trazem suporte efetivo para a tomada de decisão.

    Nós, os gestores e defensores do conceito, precisamos trabalhar, influenciar e incentivar para garantir o sucesso de nossas organizações.

    Parabéns pelo artigo

    Antoniassi

    • Antoniassi,

      Obrigado! Seus incentivos são de total pertinência. Bom saber da sua experiência nos anos de atuação com BI. Vamos continuar influenciando nossas corporações a usufruir dos conceitos e na certeza de que estamos trilhando nos caminhos certos das melhores práticas de BI.
      Grande abraço.

      Gideão.

  • Boa tarde, Amigo!
    Parabéns pela iniciativa e pela valiosa visão apresentada em seu texto.
    No momento estou lendo um livro “Gestão do conhecimento em organizações” – Rivadávia Correa – Editora Saraiva.
    Um dado que já achava interessante e tornou-se ainda mais real depois de ler seu artigo, é dispêndio de capital de empresas norte-americanas entre 1965-1991 (em bilhões de US$)

    Ativo Industriais Ativos Informacionais
    1965 60,3 18,8
    1970 63,4 28,6
    1975 68,6 27,4
    1980 96,7 52,0
    1983 77,2 61,5
    1991 107 112
    (Fonte adaptado de STEWART, Thomas A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro:Campus, 1998.)
    Isso vai de encontro a necessidade das empreas mudarem seus conceitos sobre Governança de TI.
    Um abraço e boa sorte à todos

    • Fala Celsão.

      Obrigado por sua manifestação! Os dados apresentados por vc é exatamente a realidade do mercado… o Brasil está em um momento de avalanche nesse aspecto, porém meu caro, o cenário mostra que as empresas ainda estão “devendo” no modo de gerir as informações, estão acordando para isso… e quando acordamos, demoramos um pouco para levantar, então espreguiçamos, escovamos os dentes, vestimos a roupa, tomamos café e vamos trabalhar… porquê contei essa historinha? Exatamente para dizer que no mundo corporativo as coisas ainda estão em modo lento, enquanto tem empresa que está na fase de “acordando” ou “escovando os dentes” outros já madrugaram no trabalho e estão já em fase mais avançada. Conhece algum lugar assim? rs
      Abraços.

      Gideão.

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes