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É mesmo possível gerenciar pessoas?

publicado por Roberto Andrade

No artigo anterior (O Dilema da Gestão), cheguei a provocar um pouco o status quo quando questiono se seria mesmo possível gerenciar pessoas. Claro que não pretendo aqui criar polêmica sobre a questão, até porque o termo gestão de pessoas já está homologado pelo meio acadêmico, do qual possuo apenas o primeiro nível de graduação.

O intuito é apenas provocar um pouco mais de reflexão despretensiosa sobre até onde vai a efetiva capacidade de gerir as pessoas.

Segundo a Ph.D. Joan Magretta – célebre autora do livro “O que é gerenciar e administrar” – o ato de gerenciar pode ser traduzido por “converter complexidade e especialização em desempenho (pág. 15)”. Realmente, uma síntese clara e perfeita para algo que muitos também chamam de “arte”.

Tomando o conceito emprestado, poderíamos pensar no gestor como um tipo de alquimista pretensioso capaz de mobilizar pessoas e situações, transformando suas complexidades e capacidades em um nível mais elevado de organização e resultados.

Seria mesmo possível orquestrar essas forças como quem combina objetivo, monitoramento e feedback, num jogo calculado e previsível? E onde ficariam as inúmeras possibilidades de combinações mal sucedidas ou desencaixe? Será que basta combinar as especializações ou capacidades certas para desarmar a complexidade e incerteza, a fim de alcançar um novo patamar de êxito ou desempenho? Será que existe uma matemática oculta por trás de tudo isso?

Ainda bem que, mais adiante, Joan nos revela: “Os gerentes podem estar formalmente encarregados da gerência, mas raramente eles podem controlar o desempenho de alguém, senão o deles mesmo (pág. 22)”. Já Margaret Wheatley compara a liderança a uma capacidade de extrair algum nível de ordem a partir do caos (ver o livro Liderança e a nova ciência).

Ora, se cada indivíduo representa um manancial de possibilidades, que podem variar em ordem, intensidade e duração a cada nova combinação de estímulos, não nos resta muito a não ser propor uma direção e convidar a todos a pavimentar a estrada. O resto do sucesso vai depender do nível de cumplicidade ao longo do caminho.

Até dá pra estabelecer novas metas, desafios e incentivos. Só não dá pra garantir que a reação química ideal irá acontecer. E quando não acontece, um lado sempre achará que o outro é que não era adequado ou não estava pronto. Aí, é só chamar o Sr. Turnover para levar o jogo para a próxima fase. Assim, com certeza se chegará a um destino, mesmo que não seja o idealizado no início da partida. Assim, o mundo vai girando e dando oportunidade de participação e desenvolvimento a cada novo jogador que chega.

Autor

Iniciei minha carreira em 1984, ocupando diversas posições na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Desde 1996, tenho atuado na implantação e expansão de unidades de negócio de empresas de TI na região norte/nordeste. Considero-me um gestor preocupado em traduzir complexidade, ambiguidades e incertezas de uma forma que viabilize a realização de potencial das pessoas, alinhada com os objetivos estratégicos da organização, mas sem perda da tensão criativa necessária às grandes conquistas.

Roberto Andrade

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