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Suas informações não valem nada?

publicado por André Sousa

Muitos acham que backup e proteção de dados é a mesma coisa, mas na realidade não é bem assim. Backup é uma cópia de segurança apenas. Proteção de dados é uma política mais ampla, que engloba o backup, mas vai depender do quanto você dá valor às informações que tem e como lida com elas. Se você realmente se preocupa com elas, se realmente acha que elas valem alguma coisa, lembrará diariamente que existe a lei de Murphy e que ela também rege a existência do seu HD, iPhone, iTouch, etc.

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Quebra de paradigma – uma questão social


Você já se fez a seguinte pergunta: “O que farei se meu computador pessoal queimar em uma descarga elétrica e eu perder meus dados”? Seja você um gestor ou uma dona de casa “conectada”, se a resposta for “não”, é por que está pouco se lixando para os dados.

Um paradigma forte a ser quebrado é o de que só grandes empresas devem se preocupar com a proteção de dados. Seja usuário doméstico ou empresa, todos têm informações, todos produzem idéias que sempre contribuem de diversas formas para a sociedade, e sua perda acarreta problemas para você e para outras pessoas também. Já pensou em vários pais de família tendo que dar a notícia em casa que terão que passar por algumas privações, pois o salário atrasou devido a problemas com o sistema da folha de pagamento? E o seu filho não ter que ficar vendo as fotos da família dos colegas no mural, pois não tinha nenhuma da sua própria família? No mundo em que vivemos hoje, do pessoal ao profissional, quase tudo é composto por bits armazenados em meio digital.


Estudo de casos – O que não dá certo e o que dá certo.


Para explicar melhor o que é proteção de dados, vamos utilizar exemplos:

Caso 1: Perda do banco de dados do migre.me

Recentemente o site migre.me (http://migre.me) teve uma péssima experiência relativa a perda de dados. Em resumo, foi feita uma operação de manutenção no servidor que continha os sites dos clientes do provedor de serviços. Por uma falha humana, todos os dados dos clientes foram perdidos. Muitos foram recuperados, mas outros não. Dentre eles, o migre.me. Tudo bem, vamos restaurar o backup, certo? Errado. O backup estava em um disco interno do servidor, que também foi comprometido. Ou seja, tem backup, mas a mídia não era a mais segura e apropriada. Os dados não estavam efetivamente protegidos. Não vamos entrar no mérito de culpas, pois neste caso todas as partes já fizeram suas considerações na mídia.


Caso 2: Restauração do site do Commerzbank após os ataques de 11 de setembro.

O escritório do Commerzbank (banco Alemão) em Nova York localizava-se a cerca de 90 metros dos andares 31 a 34 do World Trade Center. Com a queda das torres, o datacenter permaneceu fisicamente funcional, porém, com o calor intenso e a grande quantidade de poeira os sistemas começaram a falhar, junto com toda a comunicação com o exterior, deixando a operação de New York praticamente parada. Nesta ocasião, vários equipamentos incluindo os storages (onde se armazenam os dados) entraram em colapso. Porém, o Commerzbank possuía um plano de contingência que constava de cópias dos sistemas e dados em outro site a 50 km do site principal. Esta contingência foi ativada, os funcionários evacuaram o local e nos próximos meses passaram a trabalhar no site backup até que o site principal fosse reestabelecido.

No primeiro caso, um erro comum ocorreu: havia backup, mas foi gravado em mídia não segura, e o estrago foi enorme para o negócio. Os dados não estavam completamente protegidos. Este tipo de erro é mais comum do que se imagina, pois muitos gerentes de TI cometem o simpático erro de deixar as fitas de backup dentro do CPD, ou em salas fisicamente próximas. Em caso de incêndio no CPD, perde-se também o backup! Já vi casos que usuários domésticos “sobraram” por fazer backup em uma mídia barata de DVD que ao longo do tempo estragou-se. Quando precisou, já foi!

No segundo caso, os dados estavam completamente protegidos, e o negócio sobreviveu ao maior ataque terrorista da história. Há muitas empresas que faliram nesse desastre por conta de suas operações estarem concentradas unicamente nestas torres. Há inclusive o caso de uma empresa de seguros em que o seu datacenter ficava em uma torre e o site backup na outra. Faliu.

O Commerzbank investiu uma quantidade razoável de dinheiro para ter este nível de disponibilidade e segurança de dados. Mas, será que a única forma de se conseguir “não falir” é gastar mundos e fundos? Talvez não. Tenha sempre em mente que proteção de dados está além dos produtos e soluções: é uma estratégia. Já pensou em fazer seu backup doméstico em duas mídias de marcas diferentes? É uma estratégia!

No próximo post falarei mais sobre soluções e estratégias de backup, para usuários domésticos e corporativos.

E nos comentários, vamos à enquete? – Você já perdeu dados ou foi salvo por um backup? Conte a sua experiência!

Autor

Trabalhando há 17 anos no mercado de TI tive minha atuação sempre ligada ao atendimento a clientes. Iniciando a carreira como suporte técnico em um provedor de internet, adquiri ao longo deste tempo experiência com administração de rede, administração de banco de dados Oracle, desenho de soluções em infra-estrutura, gerência de equipe de suporte e gerência de projetos. Aplico esta experiência hoje na consultoria para empresas na avaliação de projetos e melhoria dos processos de suporte aos usuários da instituição, envolvendo os seguintes temas: - Otimização de equipes de suporte - Gerência de Projetos - Projeto de datacenters com foco em virtualização - Alta disponibilidade - Recuperação de desastres - Proteção e segurança de dados Nas horas vagas, realizo trabalhos voluntários com grupos de jovens, tendo atuado como responsável de grupo por três anos e, atualmente, coordenador da equipe de comunicação regional desses grupos. Fotos, vídeos, viagem e mergulho são meus hobbies. Mais? E-mail me: andre at andresousa.org Linked In: http://br.linkedin.com/in/avfsousa Siga-me: http://twitter.com/invoid

André Sousa

Comentários

2 Comments

  • Olá André,
    Primeiramente parabéns pelo artigo, ficou muito bom.
    Já tive o desprazer de precisar de um backup e o mesmo falhar por problemas na mídia, foi assim que assumi uma rede para administrar, eu não tinha noção de como estava o backup, depois procurei corrigir estas falhas para não correr mais riscos.
    O grande problema que vejo é que muitas vezes as empresas e até mesmo os profissionais de TI não se importam muito com Backup e só passam a valorizá-lo o dia em que dependem de um.
    É preciso quebrar paradigmas !

    Abraços

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