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Competitividade: Profissionais e Empresas no Brasil 2011

publicado por Alfredo Passos

As notícias sobre o Brasil continuam otimistas. Além da superação sem grandes riscos na crise de 2008, aumentou a renda da população, criamos uma nova classe média e o fenômeno da Classe C, consumindo de geladeiras a microcomputador, faz parte das reuniões de muitas empresas, que até, então nem pensavam nestes milhões de consumidores – cidadãos.

Aumentos nas vendas dos shoppings, supermercados, comércio e serviços de maneira geral. Mas, começamos 2011 com várias empresas com dificuldades de contratar mão de obra.

Primeiro faltavam engenheiros, profissionais de finanças e executivos multilíngues com MBA no exterior. A escassez de mão de obra agora chegou ao chão de fábrica, informa reportagem de Toni Sciarretta para a Folha (27/12/2010).

Por isso, profissionais e empresas vivem boas expectativas para este 2011.

Por outro lado, os atrasos, cancelamentos de voos, nos aeroportos pelo país afora, mostram a necessidade urgente de preparar-se para os eventos, 2014 e 2016 que estão por chegar, com melhor planejamento.

Mas estas são as notícias visíveis, fazem parte do noticiário diário de jornais, emissoras de rádio e televisão.

A notícia que por vezes passa desapercebida é a decisão de empresas que transferem suas operações do Brasil para outro país.

Leio no Valor Econômico (reportagem de Stella Fontes, 27/12/2010), que uma das maiores fornecedoras de tecnologias e produtos para a área de limpeza urbana do país, decidiu transferir sua fábrica do Brasil para o México, ou seja, toda a produção de caminhões compactadores de lixo, que serão destinados ao mercado externo.

Câmbio, infraestrutura e custo Brasil

Claro que cada empresa tem seus objetivos, metas e intenções conforme seus acionistas. Mas o câmbio, os problemas de infraestrutura e o custo Brasil, já fazem parte de uma tríade “do mal” que leva empresas para outras regiões do mundo.

O executivo da empresa afirma que “o Brasil está muito caro e tivemos de buscar alternativas”. E continua “para um negócio de capital intensivo e ciclo longo, custo de capital, é determinante para a sobrevivência”.

A empresa teve como critérios a carga tributária, custo de mão de obra, estrutura logística e preços do aço e dos chassis. Foram doze meses avaliando as possibilidades, para chegar escolha.

Ainda pela reportagem da Folha, “em São Paulo, faltam mestres de obra, eletricistas, operadores de call center, caixas de supermercado, atendentes de redes de fast food, vendedores de lojas de shoppings, entre outros profissionais até então abundantes.

São profissionais que vivem a inusitada situação de pleno emprego, com desocupação em torno de 5% da população trabalhadora.

A oferta de mão de obra não acompanha a demanda. A única forma de equilibrar isso é aumentar a produtividade e reduzir os encargos trabalhistas’, disse Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real. Neste ano, 97% das categorias profissionais que negociaram salários tiveram reajuste acima da inflação, segundo o Dieese”.

Ainda na reportagem da Folha “os bancos, que contrataram mais de 50 mil pessoas em 2010, não conseguem mais recrutar escriturários com tanta facilidade. Para entrar no setor, os bancos exigem agora curso superior completo ou em andamento. O mercado de trabalho aquecido levou o banco Santander a atrasar a contratação de 1.200 pessoas”.

E 2011?

Presidente, governadores e Congresso renovados. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril e editor de VEJA, Roberto Civita, menciona em seu editorial “que o Brasil precisa, urgentemente, de um plano estratégico.”

E além da necessária gestão mais eficiente do governo federal, interrompendo a escalada dos gastos, Civita, cita outra questão que se arrasta há anos: os impostos. Com 35% do PIB, o Brasil tem a maior carga tributária dos países emergentes.

Temas que parecem distantes ao trabalhar “comum” como as reformas política, tributária e trabalhista, resultam nesta invisível mudança de investimentos das empresas, para outras regiões do planeta.

Se a eleição de Francisco Everardo Oliveira Silva para deputado federal, pelo maior estado da federação, pelo Partido da República, foi do riso ao espanto, vamos ver se o Brasil não confirma o slogan da campanha do nobre deputado: “Pior do que tá não fica, vote Tiririca”.

Assim espero. Feliz 2011 brasileiros e brasileiras!

Autor

Alfredo Passos, alfredopassos@uol.com.br, Partner da Knowledge Management Company, especialista em Inteligência Competitiva e Estratégia, Professor da ESPM, primeiro profissional da América Latina a ser honrado com o SCIP Catalyst Award pela Strategic and Competitive Intelligence Professionals – USA. É autor de 4 livros sobre Inteligência Competitiva, entre os quais, “Homem no Fogão e Mulher na Gestão”, pela LCTE Editora, além do blog “Inteligência Competitiva e Estratégia – Prática e Implementação”

Alfredo Passos

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