Governança

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Governança e Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

publicado por Paulo Carmo

É grande a discussão entre especialistas em Governança sobre as diferenças e semelhanças entre a Governança (seja ela Corporativa ou de TI) e a Responsabilidade Social Corporativa (RSC). Vamos aqui, portanto, tornar claro alguns aspectos que pessoalmente considero importantes.

Toda Empresa que por ventura possua ações nas bolsas de valores pelo mundo, deverá se submeter à todas as demais implicações referentes à Resolução 3380 (Bacen), Basiléia, SoX, entre outras, como também deverá ainda se inserir dentro do contexto social na qual ela está constituída, e para este, de certa forma, colaborar com o seu pleno desenvolvimento. Para tal, ela deverá interagir, enquanto Empresa, com os seus respectivos Gestores, Funcionários, Proprietários (Stockholders), Acionistas (Stackholders), Credores, Fornecedores, Clientes de um modo geral, com a Comunidade na qual ela se inclui bem como Governo (Taxas, Impostos, Incentivos Fiscais, Benefícios, outros), conforme esquema abaixo:

Não obstante à todos estes aspectos, toda Empresa deve possuir aquilo que denominamos de “Identidade Corporativa”, a qual, através das suas ações enquanto Empresa dentro de um segmento específico, vai desencadear em um certo aumento ou prejuízo na chamada “Imagem” ou “Reputação” Corporativa (Vide abaixo):

Por isto é muito importante toda Empresa buscar desenvolver sua Reputação Corporativa, mesmo que de forma gradativa, reforçando o valor e o fortalecimento da Marca, sempre vinculadas à forma como esta se posiciona no mercado.

Cada vez mais, portanto, a tão desejada Reputação está relacionada à Credibilidade não só dos produtos e serviços que a Marca oferece, mas em relação a Credibilidade da Empresa como um todo no cenário em que esta atua, como também está ligada à Qualidade e Confiabilidade percebida em relação aos produtos e/ou serviços prestados, à Confiança ou muitas vezes Preferência que o público consumidor demonstra por determinado produto ou serviço, indiferentemente em relação ao preço específico, e ainda a Responsabilidade com que a Empresa se coloca no contexto social.

Por exemplo, grandes bancos realizando os chamados “Financiamentos Verdes”, ou seja, emprestando dinheiro somente para os projetos comprovadamente socialmente e ecologicamente sustentáveis, bem como apoiados em critérios rígidos de controle e gestão cada vez mais responsáveis.

Além de todos os aspectos aqui já discutidos, resta ainda fazermos uma breve discrição e análise da chamada “Pirâmide de Carroll” (1979), a qual apresenta e descreve apenas 04 tipos de Responsabilidades para as Empresas. Podemos assim descrever cada uma delas em Níveis:

– Responsabilidade Econômica (1º Nível)

– Responsabilidade Legal (2º Nível)

– Responsabilidade Ética (3º Nível)

– Responsabilidade Discricionária ou Filantrópica (4º Nível)

Vamos aqui tentar descrever, resumidamente, cada uma delas.

A Responsabilidade Econômica envolve as obrigações da Empresa de serem plenamente produtivas e rentáveis (unidade econômica básica da nossa sociedade).

A Responsabilidade Legal corresponde às expectativas da sociedade de que as Empresas cumpram as suas obrigações sempre de acordo com os aspectos legais existentes e exigidos.

A Responsabilidade Ética refere-se às Empresas que, dentro do contexto que se inserem, tenham um comportamento apropriado de acordo com as expectativas existentes entre os agentes da sociedade.

A Responsabilidade Discricionária (filantrópica) reflete o desejo comum de que as Empresas estejam ativamente envolvidas na plena melhoria do ambiente social em que se encontra.

Desta forma, percebe-se claramente um posicionamento em relação à forma com que as Empresas desejam ser percebidas, sempre na busca por determinados objetivos que dizem respeito desde a busca pelo Lucro enquanto entidade privada até aspectos relacionados à Filantropia, passando pelos aspectos Legais e Éticos, o que irá colocar a Empresa dentro do chamado Modelo Bidimensional da Responsabilidade Social Corporativa, conforme abaixo demonstrado, nos possibilitando melhor entender quais os respectivos “Benefícios” (diretos e indiretos) para as Empresas buscar se enquadrar em cada um destes quadrantes. Observe:

Neste modelo bidimensional, existem 02 vertentes da responsabilidade social: a Responsabilidade Ampla, que compreende as atividade de negócios que vão além das responsabilidade clássicas econômicas de Empresa, e a Responsabilidade Estreita, segundo a qual a função-objetivo da Empresa é basicamente a maximização do valor para os acionistas, e a isto a organização deve se ater.

A Responsabilidade Ampla se desdobra por sua vez em 02 tipos de visão: a Visão Moderna, de que no longo prazo as ações de responsabilidade social trazem benefícios para a Empresa, e a Visão Filantrópica, a qual defende as ações de responsabilidade social mesmo que estas não tragam retorno para a Empresa. Enfim, a Responsabilidade Ampla está em total sintonia com a visão dos defensores das ações de plena responsabilidade social.

A Responsabilidade Estreita se desdobra também em 02 tipos de visão: a Visão Socioeconômica, a qual considera que a função-objetivo da Empresa é a maximização do valor para os acionistas, mas que as ações de responsabilidade social podem sim ajudar neste geração de valor. A Visão Clássica defende que as ações de responsabilidade social não geram valor para a Empresa, e não devem ser desenvolvidas tampouco estimuladas.

Nota-se portanto que a convergência em favor da responsabilidade social se dá entre as Visões “Moderna” e “Socioeconômica”. De acordo com ambas, as ações de responsabilidade social estariam gerando valor para Empresa no curto e médio prazo.

E a sua Empresa, onde se posiciona !? Faça este exercício de comparação.

Fonte: Livro “Responsabilidade Social e Governança” (Claudio Filho)

Autor

- Professor do Curso de Pós-Graduação em "Gestão Estratégica da TI" na Universidade FEI - SP (Campus Tamandaré - Liberdade) nas disciplinas de "Governança de TI" e "Marketing em Redes Sociais". - Consultor Especialista em Governança de TI e Social Media Marketing pela EGV Consultoria (www.egvconsultoria.com.br). - Palestrante em Governança de TI, Social Media e Gestão de Projetos (PMO). Twitter: @pacarmo / @EGVCONSULTORIA Linkedin: http://br.linkedin.com/in/paulocarmo Facebook: http://www.facebook.com/pages/EGV-Consultoria-de-TI/101861886542995?created A EGV Consultoria (@egvconsultoria) atua em projetos de GaaS (Governance as a Service, Gestão de Projetos e PMO, palestras e projetos de Comunicação via Mídias Digitais).

Paulo Carmo

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